quarta-feira, 29 de julho de 2009

Microsoft e Yahoo fecham acordo para fazer frente à Google



Depois de mais de um ano de negociações, Microsoft e Yahoo acordaram hoje uma parceria no negócio dos motores de busca e publicidade 'online', numa tentativa de enfrentar a hegemonia da Google.

O acordo, que foi hoje anunciado em comunicado pelas duas empresas, vai prolongar-se por um período de 10 anos e põe um ponto final a mais de um ano de conversações.

De acordo com os termos da parceria, a Yahoo vai usar o novo motor de busca da Microsoft, o Bing, nos seus 'sites'. Por seu turno, a Yahoo vai ter a responsabilidade de angariar anúncios publicitários associados à pesquisa das duas empresas, que vão partilhar as receitas.

A Microsoft também poderá integrar a tecnologia de pesquisa do Yahoo no seu próprio motor de busca.

Mais de um ano depois de não ter aceite a OPA da Microsoft, a Yahoo espera que esta parceria contribua com 500 milhões de euros para o lucro anual da empresa e permita poupar 200 milhões de custos.

Juntas, as duas empresas detêm cerca de 28% da totalidade do mercado de buscas na internet norte-americano. Só a Google detém 65%, de acordo com os dados de Junho da consultora ComScore.

As acções das duas empresas reagiram de formas diferentes a este anúncio. Enquanto os títulos da Yahoo desciam 7% em Nova Iorque, as acções da Microsoft avançavam 2% para 23,89 dólares

Morte de Jackson marcou dia mais triste na internet, diz estudo




REUTERS


NOVA YORK - É possível dizer o quanto estamos felizes? Sim, de acordo com cientistas americanos que inventaram uma maneira de medir a felicidade de milhões de blogueiros e descobriram que a morte de Michael Jackson foi um dos dias mais tristes, enquanto a eleição dos Estados Unidos foi o dia mais feliz em quatro anos.

Peter Dodds e Chris Danforth, um matemático e um cientista do Centro Avançado de Computação na Universidade de Vermont, criaram um 'sensor' para monitorar 2,3 milhões de blogs e reunir frases que começassem com 'eu sinto' ou 'estou sentindo'. Cada frase recebia, então, uma pontuação de felicidade desde 1 ponto até 9, dependendo de um sistema de pontos fixados a 1.034 palavras. Por exemplo, 'vitorioso' marca 8,87 pontos, 'paraíso' 8,72, e 'suicídio', 1,25.

Eles disseram que esse 'medidor de felicidade' mostrou que o dia da eleição norte-americana, em novembro do ano passado, foi o dia mais feliz em quatro anos com um pico na palavra 'orgulhoso', enquanto o dia da morte do 'Rei do Pop' foi o mais triste.

- A proliferação da assinatura pessoal online, como a dos blogs, nos dá a oportunidade de medir os níveis emocionais em tempo real - disseram em um artigo intitulado 'Medindo a felicidade de expressões escritas em grande escala: músicas, blogs e presidentes'.

O estudo dos cientistas, divulgado esta semana no Journal of Happiness Studies, envolveu a reunião de cerca de 10 milhões de frases.

- Nosso método é apenas aplicável a textos de grande escala, como os que estão disponíveis na internet. Qualquer frase solta não poderia mostrar muito. Há muita variabilidade em expressões individuais - disse Dodds.

Os cientistas disseram ainda que os autores dos blogs tendem a ser mais jovens e mais educados do que a média, e representam amplamente a população norte-americana.

Além disso, os autores também escrevem em um ambiente neutro, onde se sentem confortáveis, ao contrário de outras pesquisas de felicidade, em que os participantes são colocados no foco da atenção.

- Eles pensam que estão se comunicando com amigos, mas (desde que os blogs são públicos), estão lendo sobre os ombros dos outros - afirmou Danforth.

Os pesquisadores disseram que seus resultados também contradizem dados recentes da ciência social que sugere que as pessoas sentem basicamente o mesmo em todas as etapas de sua vida.

O novo método indica que os adolescentes jovens são mais infelizes com um uso desproporcional de palavras como 'doente', 'ódio', 'estúpido', 'deprimido', 'entediado', 'solitário', 'louco' e 'gordo'. E então, as pessoas se sentem mais felizes até chegar à velhice, quando a felicidade diminui.

Mas os cientistas disseram que era impossível saber exatamente o que ocorre na cabeça das pessoas.

- Nosso estudo é uma exploração de dados. Não é sobre o desenvolvimento de uma teoria - acrescentou.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O SOFRIMENTO FAZ O CARA CRESCER...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

“Celebration”



Nessa última empreitada da rainha do pop, Madonna, pela a gravadora Warner, já que ela assinou contrato com a Live Nation, os executivos, juntamente com ela, resolveram chamar seus fãs para celebrarem seus sucessos.


O CD e DVD incluirá duas novas canções que foram gravadas recentemente em Nova York e grande parte de seus maiores sucessos. O primeiro single, “Celebration”, foi produzido pela cantora e o DJ Paul Oakenfold e já chegará às rádios a partir do próximo dia 3 de agosto.
O vídeo clipe da faixa foi filmado essa semana em Milão, Itália e teve direção de Madonna e Jonas Akerlund, responsável pelo premiadíssimo vídeo de “Ray of Light”, de 1998. Diversos remixes de “Celebration” foram distribuídos para estarem nas pistas de dança a partir de 24 julho.
A maior surpresa do novo material se materializou na imagem escolhida para a capa. A criação da obra de arte foi do artista ‘pop’ de rua Mr. Brainwash, que é bastante conhecido pelas suas artes com diversos ícones do mundo.


Do Blog Mundo Pop

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mais cinco casos da Nova Gripe são confirmados no Ceará



Todos os 19 casos do Estado estão em Fortaleza

Mais cinco casos de Influenza A (H1N1) foram confirmados no Ceará pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). As novas pessoas infectadas são de Fortaleza e viajaram recentemente, mantendo contato com doentes no exterior.

Com o anúncio, sobem de 14 para 19 os casos da Nova Gripe no Ceará. A Sesa também confirmou que 13 pessoas estão sendo monitoradas com suspeita da nova doença.

Treinamentos e dúvidas
Um treinamento de diagnóstico e tratamento dos casos da nova doença está sendo realizado em Sobral nesta terça-feira (21). Outro treinamento acontecerá em Fortaleza na próxima quarta (22), com agentes de saúde de Aracati, Baturité, Canindé, Maracanaú e Quixadá.

A Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza disponibilizou um disque tira-dúvidas sobre a doença, através do telefone 0800-280.08.08.

Do Portal Jangadeiro para o Mensageiro da Realidade.
A charge é de Newton Silva - http://www.newtonsilva.org/

terça-feira, 21 de julho de 2009

Histórias de Walt Disney


O gênio da animação era fanático por trabalho, resgatava a infância em seus filmes e acabou alcoólatra no fim da vida


Inventor do moderno cinema de animação, o magnata Walt Disney (1901-1966) era tão popular nos EUA que chegava a ser reconhecido nas ruas até por crianças - nada mais justo, aliás, porque foi para elas que ele dedicou o seu talento e a sua vida. Um dia, numa festa, um garoto tomou coragem e se dirigiu ao "tio Walt". Não queria um autógrafo, queria mesmo é que ele lhe desenhasse a sua maior criação, o ratinho Mickey, cujo nascimento nos anos 1920 foi o pontapé inicial do maior império de entretenimento do mundo.

Com a desenvoltura habitual, Disney passou a caneta e o papel para o seu empregado, o animador Ub Iwerks (quem na verdade deu vida a Mickey) e ordenou que ele esboçasse o bichinho. Depois Disney o assinaria e daria para o menino, testemunha da cena constrangedora. "Desenhe o seu próprio Mickey", teria dito o artista, dando as costas para o chefe. Essa passagem está descrita na biografia Walt Disney: o triunfo da imaginação americana (Novo Século, 944 págs., R$ 89,90), de Neal Gabler, que não economiza em detalhes no retrato de uma personalidade sob a qual ainda pairam muitos mistérios e controvérsias.


TRECHO DO LIVRO

"Walt adorava bancar o maquinista. Ele punha um boné e uma camisa quadriculada, sentava no carro de trás da locomotiva e acendia a máquina. Os convidados eram invariavelmente chamados para dar uma volta no trem, uma lista que incluía a cantora Dinah Shore e até Salvador Dalí"



Disney não foi o criador de Mickey e Iwerks até ameaçou processá-lo. Que Disney era anticomunista é um fato sabido e ele nunca fez questão de ocultar. Em 1947, testemunhou perante o Comitê de Atividades Anti-Americanas, acusando de esquerdista a Liga de Mulheres Eleitoras. Pelo fato de ter recebido em seu estúdio a cineasta nazista Leni Riefenstahl e ter colocado um lobo judeu em Os três porquinhos, ainda hoje se discute se ele foi também antissemita.

Outra dúvida: ele realmente poderia ser considerado o autor de clássicos como Branca de Neve e os sete anões e Fantasia, já que apenas supervisionava sua fábrica de animações? Afora essas e outras lacunas a respeito de sua vida, Disney manipulou muito a sua própria história. A biografia de Gabler leva uma certa vantagem sobre outras existentes porque ele passou sete anos pesquisando nos próprios arquivos dos Estúdios Disney. Leu de tudo: de memorandos a cartõespostais. O que revela do homem que, segundo o renomado crítico de arte Robert Hughes, antecipou em anos a pop art já é suficiente para se mergulhar em sua caudalosa narrativa.


TALENTO PRECOCE:Na infância, Disney fugia de casa para brincar de teatro com um amigo. Tome-se, por exemplo, a infância do pequeno Walt, passada entre Kansas City e a minúscula cidade de Marceline, que ele não cansava de citar como fonte de sua prodigiosa imaginação. Esses anos teriam sido paradisíacos, não fosse um porém: seu pai era um carrasco. Movido pelas ideias socialistas (o que explicaria, mais tarde, a posição conservadora do filho rebelde), Elias Disney apostava em negócios que nunca davam certo.

Em Kansas City, decidiu investir na entrega de jornais. Mas quem tinha de acordar às três da manhã para sair de casa em casa jogando os matutinos era o pequeno Walt. No inverno, a atividade tornavase um suplício, já que o menino tinha de depositar o jornal em cada varanda e não apenas atirá-lo da rua. Algumas vezes, encontrava no canto um brinquedo abandonado: deixava os jornais de lado e esquecia do tempo se divertindo.No Natal, ganhou não um trenzinho, mas um par de botas com biqueira de metal para enfrentar as invernadas: "Não tinha uma hora em que pudesse brincar."

O hábito do trabalho precoce fez dele um workaholic. "O estúdio era o sexo. Os orgasmos estavam todos lá", disse Ward Kimball, um de seus conhecidos desenhistas. Na época de Branca de Neve, quando ele varava dias, noites e fins de semana no trabalho, sua mulher, Lillian, quase pediu o divórcio. "Ninguém jamais pagará um centavo para ver um filme de anões", praguejava. Ela se enganou, claro. Mais tarde, cansado dos filmes, Disney buscou a realização em empreendimentos como a Disneylândia e em hobbies extravagantes, como a construção de uma estrada de ferro em miniatura em sua nova casa.

"Comprei para mim um presente de Natal, algo que quis durante toda a minha vida - um trem elétrico", escreveu. Ao final da vida, doente de câncer e alcoólatra, aquele que sempre foi acusado de ter infantilizado a cultura americana costumava se lembrar da infância, segundo os mais próximos, com um "suspiro lamentoso". A imagem que vem à mente é a do personagem de Cidadão Kane e seu trenó, Rosebud. Orson Welles, é sabido, inspirouse em outro magnata, William Randolf Hearst, para fazer sua radiografia do "self made man" americano. Mas bem poderia ter se mirado em Disney.

Ivan Claudio, de Istoé Independente direto para o Mensageiro da Realidade.

Beco da Poeira: empresa escolhida foi a maior doadora da campanha de Luizianne em 2008



Escolha de Beta S/A para obra foi feita sem licitação

A construtora Beta S/A, escolhida sem licitação para fazer a reforma do prédio da antiga fábrica Thomaz Pompeu, local previsto para a instalação do novo Beco da Poeira, foi a maior doadora da campanha da prefeita Luizianne Lins (PT), no ano passado. Quem traz a denúncia é o jornal O Povo, em sua edição desta terça-feira.

O valor, R$ 900 mil, só foi doado 18 dias após a confirmação da reeleição da Prefeita. Dispensada a licitação, a empresa já iniciou a obra de R$ 3,2 milhões. O jornal afirma que, segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, foram levantados orçamentos de três empresas para a obra e a Beta S/A apresentou a melhor proposta para a reforma do balcão, no valor de pouco mais de R$ 3,2 milhões. A confecção dos boxes ficou a cargo da Meta Tecnologia & Concreto Ltda, com o valor de R$ 2.555.665,04.

Em conversa com a redação da Tv Jangadeiro, o Procurador do município, Martônio Mont`Alverne, disse que tudo foi feito dentro da legalidade, conforme o artigo 24 da lei de licitações. Já a empresa Beta S/A não quis se pronunciar sobre o assunto.

Na última sexta-feira (17), a deputada estadual Tânia Gurgel (PSDB) entrou com pedido de investigação no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) sobre a dispensa de licitação feita pela Prefeitura de Fortaleza. Tânia não teria concordado com a justificativa de que haveria uma situação emergencial, já que, para ela, o imbróglio envolvendo os comerciantes do local não é recente.

Do Portal Jangadeiro direto para o Mensageiro da Realidade
Charge: Newton Silva

Existe um estilo tardio?

O que a proximidade do fim da vida representa para a obra de um artista



Dizem que idade e sabedoria caminham juntas. Tenho lá minhas dúvidas. Vi muito ancião tolo ou criança genial. O dramaturgo norueguês Henryk Ibsen (1828-1906) aloprou no fim da vida e produziu a grotesquerie Quando os mortos acordam, uma peça que ficaria bem como obra juvenil – mas que parece meio ridícula na imaginação de um homem de 70 anos. Do outro lado está o poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891). Aos 19 anos, ele já tinha realizado toda a sua obra exuberante e iconoclasta. Mas o padrão dominante na cultura e na vida é o juízo chegar com a maturidade. De fato, a proximidade da morte infunde um senso de urgência no indivíduo, em especial no artista. Ele é capaz de iluminar a totalidade da vida e da obra, como uma coda ou um epílogo justificador.

O acasalamento da ansiedade e da consciência da finitude daria à luz o “estilo tardio”. Como pode ser definido esse estilo? A resignação perante a morte; a transcendência, a superação dos sentidos e da vida em um mundo que deve ser deixado pra trás; o rompimento intransigente com os padrões sociais e artísticos – tudo parece caber na etiqueta de estilo tardio, a resposta final sob a forma de obra de arte. Continuo a achar a noção bem duvidosa.

Saiba mais

»Leia as colunas anteriores de Luís Antônio Giron

É preciso entender a expressão. Ela parece óbvia na música, na pintura e na literatura. A Décima Sinfonia, que o compositor austríaco Gustav Mahler deixou incompleta, ou as derradeiras telas de Tiziano e Rembrandt são exemplos de obras sombrias e maduras geradas nos últimos estertores dos artistas. William Shakespeare evocou a sabedoria dos velhos (e a converteu em obra de arte) em A tempestade e o O conto de inverno. Aos 86 anos, muito doente, o português José Saramago exibe energia em um blog formatado como testamento. Uma condição biológica – a velhice, ou a consciência do fim – parece se intrometer na forma e no método usados pelos artistas. A vida e a arte no fim das contas se influenciam entre si. Assim, o estilo tardio faz todo sentido.

O conceito foi empregado pela primeira vez pelo filósofo alemão Theodor Adorno no ensaio O estilo tardio de Beethoven, de 1937 – e retomado pelo ensaísta palestino Edward Said no livro Estilo tardio (Companhia das letras, 192 páginas, tradução de Samuel Titan Jr, R$ 43,50). Adorno analisou os seis últimos quartetos de Ludwig van Beethoven como o exílio do artista. A esse terceiro período da criatividade do compositor alemão pertenceriam a Missa soleminis, a Nona Sinfonia e as cinco últimas sonatas para piano. Com heroica teimosia, Beethoven teria se elevado em relação a seu tempo, criando peças musicais que desafiaram o público e os padrões de julgamento da crítica. Entre o mundo real e o novo universo sintetizado, o artista maduro não tem dúvida de optar pelo segundo. O estilo tardio seria então a vitória da arte sobre o tempo histórico – elevando a obra sobre a própria vida.

Ora, o salto transcendental que envolve o estilo tardio soa como pura metafísica. Said trata de colocar o conceito em perspectiva, pare despi-lo dos fantasmas. Para ele, o estilo tardio não passa de um impulso, para o bem ou para o mal. "Gostaria de explorar a experiência de um estilo tardio que tem a ver com uma tensão despida de harmonia ou serenidade, com uma produtividade coscientemente improdutiva, do contra...", afirma Said. Ele diz ainda que o estilo tardio a um tempo faz parte e está à parte do presente: “São poucos os artistas e pensadores capazes de levar seu ofício tão a sério a ponto de perceber que também ele envelhece e deve enfrentar a morte, sem poder recorrer senão à memória e aos sentidos em decadência”. As obras tardias, em uma palavra, carregam uma única mensagem: que todos vamos morrer, e que a morte deve ser encarada nos olhos. É a dramatização da lucidez in extremis. Said analisa então as obras finais de Mozart e Jean Genet, e a retirada de cena do pianista canadense Glenn Gould. Este "virtuose intelectual" se exilou dos concertos e dedicou seus últimos anos de vida (morreu aos 50, em 1982) à negação do mundo em nome da criação de gravações insuperáveis.

Edward Said estava às voltas com essas reflexões quando, numa terça-feira de manhã, em 25 de setembro de 2003, morreu, vitimado por um câncer. Planejava concluir o ensaio dali a três meses. Seu aluno em Princeton, Michael Wood, encarregou-se de prefaciar e organizar o material. Said tinha 67 anos e, segundo Wood, não viveu o suficiente para desesenvolver seu próprio “estilo tardio”. O texto de Said, um militante da intifada palestina, professor na Universidade de Columbia e pianista de concerto, soa como uma obra de um jovem virtuose. Se ele foi assombrado pela ideia do estilo tardio, acossado pela luta contra o câncer, nada indica que tenha sido levado por uma urgência a concluir o trabalho. E assim o próprio Said refuta a noção que tentou elaborar sem concuir. O estilo tardio, pelo menos com ele, não aconteceu. Seu temperamento não praticou essa operação, diferentemente de Beethoven ou Glenn Gould. Lamentável e ironicamente, Said deixou essas questões apenas esboçadas.

Isso me faz pensar que o estilo tardio não passa do resultado da imaginação e do inconsciente do artista. Ao divisar a morte se aproximando, ele precisa se reinventar como um sujeito que não tem mais tempo – e só lhe resta pensar grande. Em muitos casos, porém, só é possível compreender essa modalidade de estilo quando a vida e a obra do autor convergem para o mesmo final. Talvez sejam as obras incompletas as que melhor representem a condição humana. E nunca é tarde para um fragmento.

Luís Antônio Giron
Editor da seção Mente Aberta de ÉPOCA, escreve sobre os principais fatos do universo da literatura, do cinema e da TV

segunda-feira, 20 de julho de 2009

20 de julho de 1969 - O homem chega à Lua


20/07/2009 - 00:01 | Enviado por: Sheila Machado

“Este é um pequeno passo para um homem, mas um enorme salto para a humanidade”. Foi com estas palavras que, há exatos 40 anos, o astronauta Neil Armstrong consolidou o sucesso da missão espacial norte-americana Apollo 11 e entrou para a história da humanidade como o primeiro homem a pisar na superfície lunar.
O lançamento da Apollo 11 foi realizado em 16 de julho, do Cabo Canaveral, na Flórida, e teve atenção mundial através da transmissão televisiva. A bordo, o módulo espacial continha apenas três astronautas: Neil Armstrong, comandante da missão; Michael Collins, controlador do Módulo de Comando Columbia; e Edwin Eugene ‘Buzz’ Aldrin Jr., piloto do Módulo Lunar Eagle. Cerca de 12 minutos após o lançamento, a Apollo 11 entrou em órbita terrestre e, 30 minutos depois, se separou do foguete Saturno V, rumando para o satélite natural da Terra. Ao final de 3 dias tranquilos de viagem, a missão espacial alcançou seu destino e seus tripulantes acionaram os propulsores da nave para entrar em órbita lunar. Ao final de 3 dias tranquilos de viagem, a missão espacial alcançou seu destino e entrou em órbita lunar. Em 20 de Julho, com Neil Armstrong e Buzz Aldrin a bordo, o Eagle se separou do Columbia e iniciou sua descida em direção ao Mar da Tranquilidade, como foi chamado o local da superfície lunar escolhido para o pouso. Michael Colins permaneceu no módulo de controle monitorando o progresso da missão. Às 17 horas, 17 minutos e 40 segundos, horário de Brasília, o módulo lunar tocou suavemente o solo da Lua.
Seis horas depois, o comandante da missão deixava sua pegada na Lua e sua marca na história:

Corrida espacial na Guerra Fria
Em 24 de julho os três astronautas retornaram em segurança à Terra. Na Lua, deixaram instrumentos científicos, uma bandeira dos Estados Unidos da América e uma placa com suas assinaturas, a do presidente Richard Nixon e a seguinte mensagem: "Aqui os homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade". O episódio representou um capítulo importante na disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética pela hegemonia da tecnologia espacial, considerada estratégica por seu potencial militar durante a Guerra Fria.

O que é PUNK?



Era uma vez um determinado encontro entre duas pessoas totalmente diferentes, e começaram a conversar, mas virou um jogo de perguntas e respostas:

-*O que é Punk?
-Pergunta sem resposta!
*Você sabia que o Punk já morreu?
-Então me enterraram sem avisar!
*Mas era apenas uma ideologia de uma década de juventude alienada e revoltada?
-Era uma pinóia, e não fale do que você não sabe!
*Então me explique?
-Explicar o que?
*Sobre o Punk!
-Se você tá dizendo que ele já morreu, e noto que também acha que tem razão, a melhor pessoa a lhe responder é um coveiro!
* E você é Punk?
-acho que você costuma ver fantasma!
*Porque?
-Tenho cara de fantasma?
*Não!
-Então o Punk não morreu, e não vai morrer nunca! Aliás é capaz do coveiro do cemitério ser um Punk também!
* Ah não ! Que conversa é essa, não venha me dizer que estou diante de um Punk ah! ah!
-Está sim, e há bem pouco tempo já estava era batizado com uma cuspida na cara!
*E por que não faz isso? E cadê aquelas roupas?
-Primeiro não faço porque não vale a pena, pois já sei que você quer contar para seus filhos que um dia um Punk cuspiu sua cara, não vou lhe dar esse prazer.
-Punk não tem definição, e peraí respeite esse nome, pois representa: coragem, atitude, carácter, questionamentos, estudos e sobretudo saber viver nesse mundo, tal como ele é e não da maneira que você pensa que é. Tô te vendo indeciso, não seria diferente. Roupas? Não é necessário comprar, é só usá-las e com o tempo elas ficarão do geito que está aí na sua mente. Posso usá-las, guarda-las, doar etc. Acho que você ainda continua se perguntando:"Porque ainda não levei uma cuspida, um murro e um chute?" . Aí meu caro, infelizmente você conseguiu o que queria, minha resposta sobre o Punk. Cuspida, murro. chute etc, você já começou a levar desde quando se dirigiu a palavra a mim, pois enquanto tú filosofava e se perturbava sobre o que morreu ou não, eu fiz o que um verdadeiro Punk deve fazer: SOBREVIVER! A cuspida são minhas palavras, o murro é meu estudo e minha profissão e o chute é uma junção de tudo isso, metaforicamente tú tá levando e só vai sentir quando a ficha cair. Pois Punk é burro(diz você) ah! ah! ´Foi o melhor esteriotipo que me deram, fiquei livre e ninguém nem ligou(fui pela tangente). É Contra o sistema capitalista(diz você) e você também é , pois briga com ele desde o dia em que nasceu e nunca venceu uma batalha, pois é um covarde! E eu estou usando-o agora, quer coisa mais PUNK do que isso.É contra a repressão(não vou repetir o que falei antes), mas que tal pegar a parte que o capitalismo deixa e transformá-la em aliada?* Então você não é mais PUNK? -Ah! você quer ressuscitar o que sempre esteve vivo? seu burro! Ideologia um cacete! É atitude mesmo. Ah! você já leu sobre a teoria da evolução? Pois então saiba que quem morreu foi você!!!!!!!

-Agora se vire e der no Pé!
-Ei peraí, faltou uma coisa: Esse é apenas o meu pensamento, e tá cheio de gente por aí doido pra achar um ecléctico(ou fuleragem) como você, para também dar sua opinião , muitas vezes totalmente diferente da sua! Aí é capaz de você pirar, mas é capaz do Psiquiatra que vai lhe atender ser um PUNK, aí você tem chances de preservar sua sanidade Mental!

Kleber Aurélio é Farmacêutico, Compositor, Músico e ex-integrante das bandas Santa Inocência, Conflito Mundial e Xerox Suburbana.

sábado, 18 de julho de 2009

40 ANOS DE WOODSTOCK



O Woodstock, festival de rock mais famoso da história, aconteceu no período entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, numa fazenda na cidadezinha de Bethel, no estado de New York. Segundo a revista Rolling Stone, o festival de Woodstock foi um dos 50 momentos mais importantes que mudaram a história do Rock 'n´'Roll. Criado pelo promotor Michael Lang com Artie Kornfeld, John Roberts e Joel Rosenman, o evento reuniu 32 artistas. No filme/documentário, lançado em 1970, aparecem 22 deles, conforme lista abaixo (em ordem alfabética).


Arlo Guthrie
Canned Heat
Country Joe & the Fish
Country Joe McDonald
Creedence Clearwater Revival
Crosby, Stills, Nash
Grateful Dead
Janis Joplin
Jefferson Airplane
Jimi Hendrix
Joan Baez
Joe Cocker
John Sebastian
Johnny Winter
Mountain
Paul Butterfield Blues Band
Richie Havens
Santana
Sha-Na-Na
Sly & The Family Stone
Ten Years After
The Who


O filme ganhou o Academy Award® como melhor documentário (foi nomeado para Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora). Woodstock foi produzido por Bob Maurice e dirigido por Michael Wadleigh, que tinham em sua equipe jovens editores e cineastas como Martin Scorsese, Thelma Schoonmaker, Joel Cox e Tina Hirsch.


No local do festival foi erguido um museu chamado Bethel Woods Center Of Arts, que conta a história da decada de 60, destacando Woodstock como um acontecimento ligado à arte, com exibições multimídia e até eventos educacionais.


Para comemorar esses quarenta anos do festival de Woodstock, será lançada, no dia nove de junho, uma caixa especial contendo três DVDs. Neles está incluída a versão do diretor com quatro horas de duração, mais duas horas de performances inéditas. Foram mais de 300 horas de gravação e uma platéia de cerca de 500 mil pessoas durante os três dias do evento. Muitos estão questionando essas restaurações, principalmente no que se refere ao som, pois alguns fãs estão protestando contra os chamados "overdubs" feitos para restaurar as gravações. Por exemplo, o início da música "Soul Sacrifice" de Carlos Santana, tinha uma percussão especial que quase não aparecia na gravação original. Como o percussionista da banda de Santana já morreu, chamaram seu filho no estúdio e regravaram essa percussão. O "overdub" é um recurso muito usado para consertar eventuais erros e falhas nas gravações ao vivo. Seria o equivalente a uma cobertura de possíveis defeitos de gravação.


O ano de 1969 foi importante na história, pois, além do festival de Woodstock, foi o ano que o homem pisou na Lua. O festival também serviu como um protesto do movimento hippie contra a guerra do Vietnã, que estava no seu auge. Foi também a plataforma para o estrelato de gente como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jefferson Airplane e The Who, que em 1967, já haviam chocado o mundo com suas performances no Festival de Monterey, na California. Outros grandes nomes também se destacaram graças ao Woodstock como, Joe Cocker (sua performance de "With a Little Help From My Friends" se tornou lendária), Crosby, Stills, Nash & Young, Sly & The Familly Stone, Richie Havens, Canned Heat, Joan Baez, Ten Years After e Creedence Clearwater Revival.


Para os mais fanáticos, segue uma lista das 18 performances inéditas que estão nessa edição de aniversário:


Joan Baez: "One Day at a Time"
Country Joe McDonald: "Flying High"
Santana: "Evil Ways"
Canned Heat: "I'm Her Man" and "On the Road Again"
Mountain: "Beside the Sea" and "Southbound Train"
Grateful Dead: "Turn On Your Love Light"
Creedence Clearwater Revival: "Born on the Bayou", "I've Put a Spell on You" and "Keep on Chooglin"
The Who: "We're Not Going To Take It" and "My Generation"
Jefferson Airplane: "3/5 of a Mile in 10 Seconds"
Joe Cocker: "Something's Coming On"
Johnny Winter: "Mean Town Blues"
Paul Butterfield: "Morning Sunrise"
Sha Na Na: "Teen Angel"


Só pra completar, e valendo como pesquisa para os leitores, deixo uma lista dos melhores discos de 1969 ( não é uma lista em ordem de preferência).


Kid Vinil, colunista do portal Yahoo! direto para o Mensageiro da Realidade

http://br.noticias.yahoo.com/s/29042009/48/entretenimento-40-anos-woodstock.html

Fugitivo é suspeito de atentados na Indonésia




Transeuntes deixaram flores em frente ao hotel Ritz Carlton
Autoridades da Indonésia identificaram um perigoso fugitivo como o mais provável suspeito de ter organizado os atentados suicidas contra os hotéis Marriott e Ritz Carlton, que deixaram nove pessoas mortas na sexta-feira, em Jacarta.

Noordin Mohamed Top é procurado pela polícia por ter planejado atentados em Bali em 2002 e 2005, além de outros atentados na Indonésia.

Dois extremistas suicidas, responsáveis pela colocação das bombas nos hotéis, estão entre as vítimas dos atentados de sexta-feira. Metade das vítimas era de estrangeiros, mas nenhuma delas foi formalmente identificada.

A polícia da Indonésia está analisando amostras de DNA e outras provas para tentar identificar quem está por trás das explosões.

Investigação

O chefe das operações anti-terrorismo, Ansyaad Mbai, disse à BBC acreditar que há fortes indicações de que Noordin foi o cérebro por trás das explosões.


Noordin Miohamed Top é procurado desde 2002
Noordin teria sido um dos principais financiadores do grupo militante Jemaah Islamyiah e acredita-se que, recentemente, ele teria fundado seu próprio grupo.

A Jemaah Islamyiah tem ligações com a rede al-Qaeda e tem um longo histórico de cometer atentados na Indonésia, inclusive os atentados de 2002 em Bali, que causaram a morte de mais de 200 pessoas.

As bombas usadas nos atentados de sexta-feira continham pregos e parafusos, entre outras coisas, e eram idênticas às usadas pela Jemaah Islamyiah, informou a polícia.

Segundo Mbai, o objetivo dos atentados era constranger o governo da Indonésia no momento em que o país atravessa maior grau de estabilidade do que no passado.

Segundo a correspondente da BBC em Jacarta Karishma Vaswani, os indonésios ficaram extremamente chocados com as explosões de sexta-feira, pois acreditavam que eventos como esses eram coisa do passado.

Na sexta-feira, investigadores da polícia encontraram uma bomba que não havia explodido e outros materiais explosivos no local que eles chamaram de "centro de controle" para os ataques - a suíte 1808 do hotel Marriott.

Os autores dos atentados se hospedaram no hotel, para onde levaram o material explosivo antes de detonar as bombas, na sexta-feira.

Imagens do circuito interno de TV mostraram um dos autores do atentado usando um boné e puxando uma mala de rodinhas para dentro do restaurante do hotel Marriott. Em seguida é possível ver um clarão e fumaça.

A segurança foi reforçada na Indonésia após os ataques. Quinhentos soldados estão de prontidão para apoiar a polícia na capital, Jacarta, se necessário.

Ombro a ombro

Entre as vítimas das explosões havia vários estrangeiros, entre eles um neo-zelandês, dois australianos e um cingapuriano. Outros 17 estrangeiros estariam entre os feridos.

O presidente Susilo Bambang Yudhoyono condenou os ataques, que descreveu como "cruéis e desumanos".

O presidente americano, Barack Obama, também condenou os atentados, expressando suas condolências aos parentes das vítimas.

O ministro do Exterior da Austrália, Stephen Smith, tinha previsão de chegar a Jacarta neste sábado.

Ele disse quer queria ficar "ombro a ombro com a Indonésia neste momento terrível".

O time de futebol Manchester United, que ia se hospedar no hotel Ritz Carlton na semana que vem para um amistoso em Jacarta, cancelou a viagem.

Os atentados contra os dois hotéis ocorreram apenas algumas semanas depois das eleições presidenciais da Indonésia.

Nos últimos anos, o país de 240 milhões de habitantes vinha sendo elogiado por manter uma democracia pluralista ao mesmo tempo em coibia o terrorismo.

Da BBC de Londres direto para o Mensageiro da Realidade

sexta-feira, 17 de julho de 2009

PRIMÓRDIOS DO PUNK EM FORTALEZA


O SHOW E A MOITA

No início dos anos 80 poucos eram os clubes que disponibilizavam seus espaços para eventos diferentes, além do tradicional forró na capital alencarina. Coincidentemente estava a todo vapor o movimento Punk de Fortaleza e um de seus maiores pólos era a Jurema,(bairro da cidade de Caucaia na região metropolitana). Nesse bairro existia um clube denominado América, muito conhecido por suas festas de forró, new wave e várias vertentes do rock, onde reinavam: Ramones, Sham 69, Sex Pistols etc. Outro fato pitoresco eram as constantes perfurações por armas brancas que ocorriam entre os frequentadores.
O América era um prato cheio para as bandas punks e seus festivais. Com muita insistência os organizadores do movimento conseguiram convencer o dono do clube a cede-lo para um show de várias bandas: Xerox Suburbana, RepressãoX, Estado Mórbido, Zoeira, Profetas do Lixo(as bandas dá época). Tudo pronto, tudo acertado para um sábado á noite cuja a real data fugiu dos arquivos. Todos sabem que o melhor do show é o todo:o antes , durante e depois. E esse não seria diferente.
O show estava programado para as 23hs e a Xerox Suburbana iria abri-lo(nessa época a mesma tinha Alex-Baixo e Vocal, Laércio( Xerox)-Bateria-Vocal e discurso e Tidô na guitarra). Pontualmente as 19hs já estavam todos lá. A empolgação era geral, os donos de bares adoraram(quase acabaram com o estoque de cachaça) e as idas e vindas para urinar longe dos bares e do clube era frequente.Lá pelas 22:30 o Xerox sentiu falta do Alex e saiu a perguntar á todos onde ele se encontrava, pois a mais de duas horas que o mesmo não era visto juntamente com alguns companheiros e adeptos que simplesmente sumiram. O estigma que sempre perseguia e persegue o movimento Punk é :”inresponsabilidade “, fato este que descordo plenamente quando quem está a frente são pessoas como: Laércio ou Xerox(o segundo nome era mais falado), Amarildo, Argemiro, Jorge(atual baterista da Banda Voluntários). De encontro ao que foi citado, o Xerox a todo vapor fez um verdadeiro limpa, arrastão ou rodão como costumávamos denominar as pessoas que procuram outras, mesmo sabendo da odisseia a ser enfrentada. Mas ele não procurava em vão, pois tinha conhecimento dos hábitos e da personalidade não só do Alex, como também, dos que estavam sumidos e dos presentes.
Como que surgindo do nada lá pelas 23:45hs(a essa altura a Xerox Suburbana seria a última a tocar “foi o que anunciaram”), aparecem dois rapazes com as devidas alcunhas:Grillo e Lesado. Ambos vinham de encontro ao local de maior aglomeração fora do clube , e lógico dariam de cara com o Xerox. E foi o que aconteceu! Seguiu-se então um jogo de perguntas e respostas ."- Ei vocês dois cadê o Alex? Re: Alex? Entre olharam-se e tiveram uma crise de riso que passou dos dez minutos. Nosso Laércio ficou olhando, um pouco pasmo, mas nem tanto impressionado e foi logo soltando: Cadê ele? Seus alienados! Re: "-Sei lá! Foi essa a resposta". E tome risos(se fosse outro que perguntasse assim o pau tinha cantado , isso não resta dúvida). De repente surge o Magoo rindo a toa como se tivesse tirando onda(Magoo era o baixista do Estado Mórbido na época e tinha acabado de tocar). E foi logo dizendo: E aí Xerox? Falta pouco! Já estão no ponto? Não vou nem colocar aqui a resposta. Mas como o Laércio sabia onde estava pisando e muito bem, começou a investigar Lesado e Grillo. Ofereceu para eles uma cerveja, tal foi a sua admiração ou contestação que os mesmos só deram um gole e cuspiram o resto, alegando que a garganta estava cheia demais e não descia nada. Após essa observação iniciou-se uma negociação:"- Conta logo o que está acontecendo! Disse o Xerox". Foi aí então que o Lesado abriu a mala: “-Xerox sabe como é né? Eu gosto de plantar umas plantas bonitas e hoje de tardezinha lá em casa o Alex e o Grillo me disseram que uma lá acalmava os nervos. Qual? Re: O Grillo disse que era Saia Branca(Datura Mentel L.) e resolvemos fazer um chá e tu conhece o Alex, enquanto a gente tomamos uma xícara ele tomou o que restou no bule. E cadê ele? Re; Ta com umas duas horas que ele disse que ia dá uma cagada. Aonde? Re: Numa moita lá perto do trilho. PQP retrucou o Xerox, negrada vamos lá e é agora ! E assim o fizeram. Para encontrar a tal moita foi um trabalho tão grande que ainda hoje as pernas de quem foi atrás sente cólicas. Finalmente a encontraram, e lá estava o Alex de cócoras, um toleto abaixo das nádegas e as calças arreadas e olhando para cima e se esquivando pra todos os lados e gritando:Estamos sendo atacados! Salve-se quem puder! O armagedom chegou! Xerox então respondeu:"- quem devia ta aqui era a polícia com a equipe do Mira e Lopes(Hospital Psiquiátrico de Fortaleza). E foi logo dizendo:"- Sai daí ! Re: Meu Deus não acredito! Vocês estão salvos! O alvo principal somos nós os Punks! E tome risadas dos demais e injuriação do Xerox , mais ainda por notar que na dita moita tinha mais três juntos com o Alex contando a mesma história(deve ter pego um bom pedaço da planta da casa do lesado e feito outro chá). O Laércio saiu em disparada rumo ao América e esculhambou “determinadas atitudes” e fez o show somente com o Tidô. E o Alex? Bem o Alex ficou lá com os demais se esquivando dos bombardeiros até o dia amanhecer.

Kleber Aurélio é Farmacêutico, Escritor, Músico e ex-integrante das bandas Santa Inocência, Xerox Suburbana e Conflito Mundial.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

PRIMÓRDIOS DO PUNK EM FORTALEZA


GRILLÚS SUB

Doutor não é a primeira vez que essa talentosa relíquia do rock
brasileiro sai na mídia não.

Certa vez os integrantes da mesma e mais uns companheiros em um
número aproximado dos quinze, vinham de uma festa lá no Monte Castelo. Como
é de costume dos mesmos o horário era um tanto quanto imprópio para um
cidadão perambular pelas ruas de uma cidade em uma madrugada de quarta
feira. Até aí tudo bem, mas como também era de se esperar, pois os
transeuntes estavam em plena Avenida Bezerra de Menezes, um carro cuja marca
era uma veraneio ou camburão se assim preferir conduzido pela briosa Polícia
Militar do Ceará resolveu acompanhar e observar calmamente aquilo que
estavam a olhos vistos(reconheço que não é toda madrugada que observam-se
tal cena). Como toda ação tem uma reação um dos passantes olhou de lado e
foi logo soltando o seu sentimento contido:" O que é seus ......,
seus......, olha...... e por aí vai). Imediatamente os militares pararam o
referido carro e após uma "boa conversa", colocaram no vão destinado aos
merecedores dessa regalia os que puderam dominar e pegar.(Mesmo contra a
vontade dos futuros caronas)
Após um breve passeio de captura aos que se opuseram a participar
dessa empreitada sem lougrar êxito, conduziram os capturados ao 10DP,
localizado no bairro Antonio Bezerra.
Tudo estava encaminhando para uma simples permanência noturna e uma
futura faxina no distrito e posteriormente uma soltura quase no anonimato,
pois no boletim estava:Desacato a Autoridade, Embriagez e Desordem, Atentado
Violento ao Pudor(alguém devia está urinando ou defecando na avenida) e
ausência de documentos. Mas como todo repórter é bem informado e tem seus
informantes, um deles achou interessante fazer uma ligação telefônica ao
Radialista Eli Aguiar do então progama radiofônico"Patrulha Policial".
Como era de costume logo após acordar e posteriormente almoçar, liguei
o rádio e sintonizei na AM do Povo para fazer a cesta. Qual foi a minha
surpresa ao ouvir as declarações do conceitudado radialista:" Vixe! Negada
aqui tá uma catinga danada, arre égua desencosta dessa parede macho véi!
Quediabo de cabelo é esse? É moicano!(respondeu um tanto quanto furioso o
entrevistado) e teu nome? Bicudo! E o teu? Grillo e o teu? Magoo! e o teu?
Sibite!E a princesa? Flor! Égua negada, como é que vocês aguentam uma
catinga dessa! Ô Comissário, vocês ainda não mandaram desgotar a fossa não?
Arre égua! An? Como É? Que diabo é isso negrada vocês num toma bain não? E
essas roupas macho véi? Andou bringano com a muié com a sogra perto? Que
rumação é essa? Nós Semo é Pank gritou um bem longe". Aí então pra
aproveitar a ocasião, um sabido apareceu, era o lesado(suponho que suas
proteínas plasmáticas ainda estavam liberando algumas substâncias parecidas
com a seretonina e o mesmo ainda estava sob o efeito farmacológico de um
desses congêneres)Foi logo dizendo : Abaixo a repressão! e o Eli respondia
só se o teto cair em cima de vocês!, Aqui Ninguém é vagabundo não, aqui tem
uma banda! Pronto, o radialista disse o que? Tem e é a Grillu´Sub. Rapaz
porque é que vocês não disseram logo, pega logo esse microfone, êita
catinga, nan!
Rapaz, pegaram o microfone e cada um fez seu discurso e cantaram a
música: Mundo Podre.

Mundo Podre com Corrupção
Mundo Podre é só alienação
Mundo Podre
Mundo Podre!
Mundo Podre!
Mundo Podre!

Mundo podre não tem vaga não
Chega dessa enganação
Mundo Podre!
Mundo Podre!

Aí o Eli disse, Delegado pelo amor de Deus solte esses artistas, agora
com esse bafo eu já perdir meu microfone e essa delegacia vai demorá um mês
pra essa catinga sair, arre égua!
Aí disseram : Você é a voz do Sistema!
E o Eli (que não é besta) foi logo dizendo , não aqui é Radio AM do Povo que
apresentou com Exclusividade a Melhor Banda dessa cela, como é mermo o nome
da Banda?Grill´us Sub. Grill´us Sub!
Todo mundo aqui curtindo e prevaricando no cochão de mola cimento. Arre
égua!


Kleber Aurélio é Farmacêutico, Escritor, Músico, Compositor e profundo conhecedor da Cena Punk de Fortaleza/CE em seus tempos áureos.

NAVIOS ABSTRATOS UMA LENDA DA POESIA CEARENSE




Posto aqui os originais do Livro Navios Abstratos, do longícuo 1987, de autoria dos poetas Newton Silva e Gladimir Sales. A obra, sob intensa influência dos bardos portugueses é uma tentativa de ingressar no mercado, à época em que não havia computadores e as facilidades que os diagramadores hoje tem. Newton Silva executou a obra no braço, com caneta nankin, num tamanho A4 e reproduzida em xerox. Se alguém aí ainda tem alguma cópia da raridade, favor entrar em contato. Eu, por mim, tenho o precioso original e não vendo nem troco nem dou.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

LANÇAMENTO VIRTUAL DO MEU NOVO LIVRO PESADELO PRIMITIVO POESIAS REUNIDAS 1987-1990


Acompanhe aqui a partir de hoje o lançamento virtual do meu novo livro Pesadelo Primitivo - Poesias Reunidas 1987-1990. As poesias anteriores estão nas postagens anteriores a esta.


21.CONFLITOS

Milhares de palavras
Jogadas ao vento
Milhões de bobagens
Atiradas em vão.

Tantas idéias
Na dança do meu pensamento
Ficaram em mistério
Durante algum tempo.

E você nem sentiu o perdão
Dado pelos deuses da aflição
Você nem previu a solidão
Em vez de dizer sim disse não.

Andando sozinho eu sigo calado
Kerouac sem destino sonhando acordado
Meio perdido, não sei qual o lado errado
Um estranho no ninho, não sei se há um culpado.

Culpado por tudo
Que houve até aqui
Pedindo desculpas
Por estar entre nós.

Talvez seja tarde
Pra reagir
Às loucuras e medos
De estarmos a sós.

Criei conflitos
E espero enfrentar
Já ouvimos os gritos
Já podemos gritar!

20. CERTEZA DA RAZÃO

Andei revendo meus passos
Andei bebendo de novo
Mas já voltei do espaço
Já me lembrei do seu rosto chorando.

Envelheci meu retrato
Agora eu sei foi por pouco
O que ficou da minha terra em transe
Já se perdeu no meu mundo maluco.

E toda vez que eu olho nos olhos
Vem a certeza da razão que encontrei.

Fiquei trancado no quarto
Fiquei olhando pros posters
E as paredes falaram
E me refizeram de louco.

E quantos dias passaram
E que notícias chegaram
Do outro lado da noite
Ouvimos passos e rock n´ roll.

E toda vez que eu olho pra fora
Ainda resta a estória pra contar pra vocês
Pra cantar outra vez...

19. ÃNTES DE NÓS

Se agora estou sozinho
E ando sem caminho
O que resta hoje
Faz parte de você.

Já não faz sentido
Buscar os tempos idos
E ver que os nossos gritos
Jamais foram ouvidos.

Só agora compreendo
O que já ficou pra trás
Tudo aquilo que me lembro
E que já não volta mais.

Nem agora eu te entendo
Quanto mais ãntes de nós
Vivendo e aprendendo
Sobre o brilho de mil sóis.

Veja como é tarde
E como arde te dizer amor
Me assusta a verdade
E a cidade com esse céu sem cor.

Veja como é cedo
E me dá medo te dizer amor
Me assusta o pesadelo e os velhos erros
Cometidos sem rancor...

18. DEPOIS DESSA NOITE

O mundo é coberto de fantasmas do passado
De pessoas nobres e plebeus purificados
À procura de seu Deus assassinado
Com a ternura de um jovem soldado.

Se alguém esquece que a vida é passageira
Quando o dia amanhece numa vã segunda-feira
É preciso muito mais pra entender o outro lado
Os castigos pelos quais você já deve ter passado.

Os rumos no deserto são incertos e errados
Friamente está perto o que estava anunciado
O frio do sol nascente e os segredos de estado
O brio dos inocentes e o sangue frio dos culpados.

É tão claro e evidente quanto um grito sufocado
A dor de tanta gente e o odor inesperado
A cor dos poluentes e o amor amordaçado
O terror que franze o cenho e o Sendero iluminado.

Não não se assuste
Com a juventude que eu herdei
Meus passos podem ser curtos
Mas meus espaços não dependem de leis.

Não não me julgue
E nem pergunte o que eu não sei
As luzes são refúgios imperfeitos eu pensei
Que pudesse te dizer mas eu chorei
E escurece cada vez mais outra vez.

E depois
Depois dessa noite
Acharemos a noite sem fim
Acharemos a noite
Sem final feliz.

17. A FLOR URBANA DO JARDIM DA IDADE DA PEDRA

A rebeldia é um sintoma
A fantasia é no cinema
Cidadania que ainda ronda
A pré-história do problema.

Lei desumana que me doma
Deus e o diabo o dilema
Devo dizer que ainda ama
Aquele que não viu a cena.

Quem é que entende
E só depende e se defende
Como se não ouvisse
E quando quisesse chamar
Mesmo que eu te traísse
Com certeza poderia voltar?

A violência e flor urbana
No jardim da idade da pedra
Desceu do céu como uma bomba
Bandos de fiéis em pé de guerra.

A burguesia que te zomba
A tirania tiro e queda
Na busca do prazer o perigo em coma
São os três lados da moeda.

Quem se surpreende
Quando aprende e compreende
Como se descobrisse
Além do que pudesse explicar
Como se possuísse a seus pés
O mistério estelar.

16. URBANOS

Vou levar comigo as lembranças
Vou partir sozinho sem entender
Verdes anos ventos de mudança
Me levaram longe de você.

Quanto tempo espera quem alcança
Quase nunca eu pude te dizer
Que algo estava errado nessa dança
Demoramos tanto pra aprender.

Sempre que apagava a luz do quarto
Já era noite alta e eu também
Sabia estar a mais do que dois passos
Desde quando nossos olhos já não vem.

Mesmo que você sinta saudades
Tente entender o que passou
Precisamos crer criamos grades
Entre nós e entretanto o que ficou?

Mas agora nessa hora
Onde mora o perigo
E eu nem sei em qual estação
Vou seguindo sem saber...

Nós somos tão vulneráveis
Que não temos mais medo da morte
Porque apesar de tudo ainda nasce
O desejo de contar com a sorte.

Somos urbanos e frágeis
Seres humanos que fogem
E pelos cantos se esquecem
À flor da idade e tão jovens...

15. A PERDA

O começo do começo
O regresso já bem tarde
Por um momento eu esqueço
O remorso então me arde.

O retorno a esse berço
Revisito a puberdade
Me escondo no espelho
Me olhando na verdade.

Eu me perco do seu cerco
E a falta traz saudade
Escureço e me guarneço
Me protejo dos seus lábios.

Cai uma chuva química
Há delírio quando eu falo
Regurgito as tuas cinzas
Dou um grito e me calo.

Um animal semi-morto
Arrependido não se esquece
Um rito tribal e louco
O perturba e o adormece.

A raiva e a paixão
A dor e o prazer
Se reencontram onde estão
Se embriagam sem querer.

Tantos sorrisos
Numa noite cálida
Risos indecisos
Cheios de lágrimas.

Desejos banidos
Pelos telefonemas
Dos rostos apodrecidos
Lembranças apenas.

O que os loucos pensam de mim
A minha obsessão é doentia e sem fim
Por você.
O que você pensa de mim
Se o seu rosto era só ilusão
A noite dança por ti
Amanhece e sem razão
Olha o clarão!

Sobre um pedestal bem alto
Me escondi e me contento
Sobre um pedestal bem alto
Já perdi muito tempo.

15. MENINOS DA PAZ

Eu sei que nada é perfeito
Nem deuses nem super-heróis
No céu diante da guerra
Ainda nasce o sol.

Mais uma vez
Mais uma voz
Novamente somos nós
Os mesmos de sempre
Os meninos da paz.

Não sei se são os mesmos gritos
Daqueles que nunca mais
O mistério ainda sobrevive
Ao inverno que congela o cais.

Desconhecido frio demais
Adormecido e solitário.

Infelizmente
Há tempos atrás
A dor que sentes
O vento ainda traz.

Em homenagem aos milhares de soldados japoneses de 12 a 16 anos que
morreram em honra ao Imperador na Batalha do Pacífico na II Guerra
Mundial.

14. ANJA

Anja você anda sozinha
Mas não vive sem ninguém
Esperando em cada esquina
A morte que ainda não vem.

Anja você tem problemas
Iguais aos de sua mãe
Acordada toda noite
A angústia lhe cai bem.

Anja você ta sem grana
Mas não sabe a dor que tem
Anja já foi encontrada
E ouvi dizer que não vai bem.

Anja é só uma criança
Que não dá notícias suas
Anja é só uma lembrança
De quem viu a face pura.

Anja é só uma herança
Deixada pela traição
Como se fosse vingança
Como se fosse paixão.

Anja hoje eu vi o seu rosto
Mas não sei o que eu senti
Uma carta veio de longe
E eu quase não abri.

Comentários tão curtos
Me disseram que tudo
É tão triste e escuro.

Solitários e sujos
Os caminhos do mundo
Te cortaram os pulsos.

LANÇAMENTO VIRTUAL DO MEU NOVO LIVRO PESADELO PRIMITIVO POESIAS REUNIDAS 1987-1990


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13.RETRATO FALADO

Eu nunca falei mesmo pra ninguém
Eu nunca fui mesmo de ninguém
Eu já pensei em parar pra pensar em tudo.

É que sempre me dá uma falsa sensação
De cair numa cilada pelas própria mãos
De madrugada assistir à Sessão Coruja.

É esse meu jeito é assim que eu sou
De qualquer jeito eu só quis ser só
E os sonhos da gente tem um rosto tão legal.

Ainda tem o meu tempo tão transgressor
E o que eu entendo é que o pior passou
E eu já nem lembro quando foi que começou.

Também não importa tudo que perdi
Tudo que eu quis ser quando eu cresci
Porque pra você eu não dono do meu nariz.

E se todos os dias terminaram assim
Com a melancolia dentro do jardim
Eu não seia mais do que sou e fim.

Eu já passei
Por fases difíceis demais.

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12.NEUROSE URBANA

Cidades enfumaçadas
Pelas chaminés das fábricas
Neurose urbana
Os cafés nas calçadas.
O barulho dos automóveis
Os mendigos nas esquinas
Loucura e solidão.
Nas bancas de jornais
Explodem as notícias
Os cartões postais
E a fúria homicida.
Lutas desiguais
Travadas na injustiça
As cores dos sinais
E os motoristas.
Cidades ameaçadas
Pelas milhões de lágrimas
Ponte metálica
Fronte fantasma.
Avenidas iluminadas
Barra pesada tudo em cima
Angústia e aflição.
Na sujeira das tristes vias
Antecipam-se as carícias
Os policiais e a santa missa.
As favelas e o cais
Perdem-se de vista
As janelas dos hospitais
E as praças coloridas...

Do final do mundo
Avistamos a cidade
Em um segundo
Acontece a eternidade.
Do sono profundo
Desperta a claridade
Os parques, as indústrias
E os estados de calamidade.

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11.SANGUE E PROMESSAS

Daqui do inferno
Vejo o distante prédio
De concreto e ódio
Da hipocrisia de outros.

Enormes torres de ferro
Saindo em direção ao céu
Grades de erros
Na consciência dos réus.

Cidades
Grandes nações de aflição
Que alcançam o poder dos deuses
Em torres de alta tensão.

Há um quê de alta tensão
Todos estão fartos desta e daquela maldita prisão.
Todos pensam que tudo está
Mas o último round da luta não vem.

Todos pensam em romper
Com a mentira e com a verdade
Com tão poucas armas
Contam os vencidos.

Se deparam com a realidade
E vence sua fidelidade
E mais um dia começa
E o sangue é a sua promessa.

Sua batalha nunca mais terá fim
Do alto de edifícios inacabados
Guindates alados, monstros parados
Gigantes calados...

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10. AROMA ANTIGO

Grande noite
Contemplas a vida
Como natureza morta.

Bela noiva vestida de negro
Sorriso grego egresso do gesso
De uma deusa órfã.

Dentro de si correm gritos
Segredos dos guetos
Becos sem fim e rios de medo

Toca o clarim de um pã
-devaneio
mostra o caminho do amanhã
que já veio!...


9. ESPÍRITO-QUE-CHORA

Meu espírito chora
Sente vontade de ter
O inatingível e a glória
Nunca é capaz de saber

Onde estão os horizontes azedos
Que eu escolhi esquecer
Pra onde vão os ventos uivantes
Caminho nos levam a perder...

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8. MY GENERATION II

Essa geração que cresce
Fumando maconha
E adormece
Numa noite de insônia.
Tem ou não tem culpa
De carregar essa cuca
Carregada de fumaça
Arruaça e sentimento de culpa.

Essa geração que cresce
E quase nunca lê jornal
Não espera que se desespere
Só porque um dia se sentiu muito mal.

Perseguidos pela mão de Deus
dizem que são todos ateus
Ao menor sinal de perigo
Talvez lembrem da face de Cristo.

Jogados no mundo
Sem nenhuma missão
Quais os segredos dessa geração
Mudando esse mundo
Moldados ou não...

Fazem parte do futuro
Que não é nada perto do presente
Que cresce indiferente de tudo
Que cresce indiferente do Nada.

Fazem parte do futuro
Vegetando como loucos
Fazem sexo no escuro
Abortando como poucos.

E isso não é tudo
Se não bastasse a tirania
A aventura da idade
Fazer tudo aquilo que eu queria.

Essa geração que cresce
E ainda não encontrou a solução
Pros problemas que aparecem
E pros anos que virão...

Nota do Autor: O título é uma clara alusão a uma singular obra do grupo The Who

LANÇAMENTO VIRTUAL DO MEU NOVO LIVRO PESADELO PRIMITIVO



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7.IDÍLIO

O que é a vida então
O que são sinas, sorte
O que tem na mão
Na imaginação cega.

Ninguém enxerga não
Quando nega o pão
E quando atira a pedra
Quando faz a guerra
Pela paz na Terra.

No que a Bíblia prega
Nas profecias
Nas tortas linhas escritas certas
Inquietas.

Entre dois caminhos
Há um pra seguir
Existem exílios fora daqui.
Nesse meu idílio
ainda estão por vir
Todos os trilhos
por quero ir.

O que é a vida então

Quando á razão
Sem ruína e sangue.

Na escuridão
Na luz fraca do candeeiro
Na imensidão
Nas esquinas
desse tempo passageiro
cinzas num cinzeiro.

Fotografias
Imagens frias
preconceitos
Crimes perfeitos.

LANÇAMENTO DO MEU NOVO LIVRO PESADELO PRIMITIVO


Acompanhe a partir de hoje o lançamento de meu novo livro Pesadelo Primitivo em formato virtual. Diariamente vou postar as poesias,que são do período 1987-1990. Veja em ordem cronológica as postagens anteriores a esta.


O SEGREDO DE BERLIM

O céu tornou-se escuro
No final do muro
Quantas manhãs ainda
me restarão.

Dezembro já vem vindo
E as flores lá no chão
Relembro os momentos mais lindos
Da minha solidão.

Se não fosse por nada
Se tudo fosse em vão
Eu cantaria o eco
De cada canção.

Entenderia os problemas
E as soluções
Acertaria relógios
E religiões.

O mundo agora é outro
O ódio são as leis
Os sonhos não são poucos
O ócio e U.S.A.

A cortina está cedendo
Aos escombros e as promessas
A cachina é um exemplo
E a guerrilha é o que resta.

A cidade dividida
Já não grita tanto assim
A parte oeste invadida
O pesadelo teve fim.

Já não somos mais os mesmos
Nem guardamos mais segredos
Não aceitamos mais conselhos
Nem guardamos o segredo de Berlim.

Berlim Oriental as dores
Não serão causadas por horrores
A violência tão sangrenta trouxe
A marcha lenta na cinzenta noite
Dos que se perderam
E dos que se foram.


Nota do Autor: Escrita em 89, quando da queda do Muro de Berlim

LANÇAMENTO VIRTUAL DO MEU NOVO LIVRO PESADELO PRIMITIVO


Acompanhe a partir de hoje o lançamento de meu novo livro Pesadelo Primitivo em formato virtual. Diariamente vou postar as poesias,que são do período 1987-1990. Veja em ordem cronológica as postagens anteriores a esta.

5. ESTRELAS & ESTÓRIAS

Tenho contado estrelas
E estórias sobre mim
Tenho deixado a luz acesa
E ficado até o Fim.

Pois eu sei que o relógio
Não pode fingir
E que o tempo
Ainda escorre pelos dedos.

Não podemos jamais desistir
Não podemos deixar de existir.

LANÇAMENTO DO MEU NOVO LIVRO PESADELO PRIMITIVO


Acompanhe a partir de hoje o lançamento de meu novo livro Pesadelo Primitivo em formato virtual. Diariamente vou postar as poesias,que são do período 1987-1990. Veja em ordem cronológica as postagens anteriores a esta.

4.IMAGEM

Meu coração que se ergue
Como uma oração de sangue
Santifica a imagem inerte
Pacifica o inferno de Dante
Alighieri.

Me entrega a mim mesmo
por muitas horas estranhas
impede todo segredo
que eu puder revelar nesse sonho
imenso pesadelo.

Escombros de todas as guerras
Sombras de todas as trevas
Já rolaram nossas cabeças
Através dos tempos.

Vê só que estranho planeta
Diriam os et´s em silêncio
Bombas destroem aldeias
E crianças são mortas no ventre
Da mãe de Deus.

LANÇAMENTO MEU NOVO LIVRO PESADELO PRIMITIVO


Acompanhe a partir de hoje o lançamento de meu novo livro Pesadelo Primitivo em formato virtual. Diariamente vou postar as poesias,que são do período 1987-1990. Veja em ordem cronológica nas postagens anteriores a esta.

3. Palavras & Partidas

E o que resta agora
Não vale a pena
Saber que tudo terminou.

Se alguém acha que o mundo
é pequeno demais assim como você
só vai chorar.

Pra começar precisamos sempre
Da primeira vez
Vamos agora saber quem é quem.

São caras as conquistas
Serão curadas as deprês
As palavras e as partidas
Não eram pra você.

São raras as noticias
Noites viradas sem te ver
As entradas e as saídas
Fechadas pra você.

LANÇAMETO MEU NOVO LIVRO PESADELO PRIMITIVO


Acompanhe a partir de hoje o lançamento de meu novo livro Pesadelo Primitivo em formato virtual. Diariamente vou postar as poesias,que são do período 1987-1990.

2.Por Aí

Comunistas bêbados
Oportunistas cegos
Pelo dinheiro.
Capitalistas velhos
Pára-quedistas e egos
Pela vaidade.
Destruindo idéias
Demolindo a liberdade
Construindo celas
Espalhando maldades
Por aí.
Artistas mudos
Exorcistas surdos
Pelo fanatismo.
Fascistas e cultos
Nazistas ocultos
Pela raça pura.
Invadindo terras
Enterrando a verdade
Produzindo guerras
Plantando mediocridade
Por aí.
Ecologistas crônicos
Cientistas errôneos
Pela natureza.
Sacedotes sujos
Ditadores duros
Pela fé nas armas.
Conhecendo a glória
Desfazendo a trégua
Entrando pra História
Perdendo as rédeas
Por aí.
Estadistas estúpidos
Pacifistas lúcidos
Pela paz em todo o mundo.
Terroristas políticos
Suicidas e mitos
Pela madrugada!
Percebendo a queda
Cometendo atrocidades
Atirando pedras
Pertencendo à sociedade
Por ai.


Acompanhe a partir de hoje o lançamento de meu novo livro Pesadelo Primitivo em formato virtual. Diariamente vou postar as poesias,que são do período 1987-1990.




1. AFEGÃ

Ontem à noite eu vi no jornal
que o trem da liberdade vai deixar pra trás
os restos de uma cidade que não tem mais paz
levando seus soldados pra longe demais.

Vejo em seus olhos que não tem mais cor
a dor e os destroços sangue de Kabul
no meio do oásis vi você nascer
no meio dos escombros vi você morrer.

Os tanques no deserto são tão vulneráveis
medo não mais metem nem aos miseráveis
o Exército Vermelho invadiu os lares
inventou fronteiras, invocou czares...


Nota do autor: Afegã fala sobre a saída humilhante dos russos do Afeganistão.

LANÇAMENTO DE PESADELO PRIMITIVO

Acompanhe a partir de hoje o lançamento de meu novo livro Pesadelo Primitivo em formato virtual. Diariamente vou postar as poesias,que são do período 1987-1990.




1. AFEGÃ

Ontem à noite eu vi no jornal
que o trem da liberdade vai deixar pra trás
os restos de uma cidade que não tem mais paz
levando seus soldados pra longe demais.

Vejo em seus olhos que não tem mais cor
a dor e os destroços sangue de Kabul
no meio do oásis vi você nascer
no meio dos escombros vi você morrer.

Os tanques no deserto são tão vulneráveis
medo não mais metem nem aos miseráveis
o Exército Vermelho invadiu os lares
inventou fronteiras, invocou czares...

Escrita no momento em que os russos abandonavam o Afeganistão.

terça-feira, 14 de julho de 2009

DIVULGUEM ESSA FOTO.



Quem sabe com a sua ajuda a família que esta desesperada, receba esta boa notícia...


Soraya Pereira, Presidente do Projeto Aconchego , Grupo de apoio à Adoção e ao Apadrinhamento de Brasília, após constatar a veracidade do fato com a diretoria do Abrigo 'Nosso Lar'. Venho pedir a vocês que divulguem essa notícia.
Meu obrigada, Soraya Kátia Rodrigues Pereira.

Em novembro, foi encontrado na rua, uma criança de aproximadamente 2 anos muito bem cuidada e muito bem vestida, e disse se chamar Tiago.
Levado ao juizado,foi encaminhado ao 'Nosso Lar', onde trabalho. Temos informações de que diligências foram feitas na região onde a criança foi encontrada, e nada. Todas as delegacias notificadas, e nada. Não foi possível nenhum tipo de informação dessa criança. Como o tempo está passando, ela logo será encaminhada para adoção, mas não acredito que ela não tenha ninguém nesse mundo, pois quando ele chegou chorava muito e apresentava bons costumes. Já tentei com um amigo na Globo veicular a sua imagem, na tentativa de localizarmos a sua família, mas não é possível pois a política da Globo não permite a divulgação de crianças desaparecidas, o que não é o caso, pois essa é*'aparecida'*.

SEGUE A FOTO DA CRIANÇA REPASSEM, POR FAVOR.
ELE FOI ENCONTRADO EM BRASÍLIA, MAS PODE SER DE QUALQUER LUGAR DO PAÍS.

Em algum lugar, uma família chora por ela...

"O Livro dos Políticos", de Heródoto Barbeiro e Bruna Cantele



O cartunista Newton Silva foi um dos convidados para participarem do "O Livro dos Políticos", escrito por Heródoto Barbeiro e Bruna Cantele. Na obra, eles fazem um passeio bem-humorado pela história da sociedade brasileira, em que o fio condutor é a sucessão presidencial. Dividido em blocos - Denúncias e Escândalos; Ah! Esses jornalistas...; Diário da Corte; Personalidades, entre outros - o livro é ilustrado por charges de cartunistas como Diogo Salles, Flávio, Gilmar, Guz, Léo Valença, Mangabeira, Néo, Luiggi Rocco, Renato Machado, Sponholz, Newton Silva e Zappa. Além disso, há notas cronológicas e trechos de jornais impressos para mostrar ao leitor as crises e escândalos que fazem parte do cotidiano da política nacional. "O Livro dos Políticos" não se dedica apenas aos líderes de Estado: os planos econômicos, as trocas de moedas, os inúmeros partidos políticos, os intermináveis escândalos e as CPIs são relembrados em suas 304 páginas.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Um, dois, três, quatro!


Aumente o som, saia pulando, fale palavrões: o rock’n’roll está completando 50 anos, mas ainda faz a cabeça dos jovens e chacoalha a sociedade



Foram cinco décadas bem vividas. O rock’n’roll, quem diria, está fazendo 50 anos regados a sexo, a drogas e a ele próprio. Não pensem que foi uma vida fácil: entre tapas e beijos, o rock viveu um romance conturbado com a sociedade. Numa hora, era o queridinho de todos, para logo depois ser chutado e escorraçado como um cão sem dono.

Nesse meio século, o rock’n’roll foi celebrado por multidões, massacrado pela Igreja, explorado por publicitários, dissecado por historiadores, cooptado pela moda, malhado por puristas, dignificado pelos Beatles e maltratado por Bon Jovi e Simply Red. Passou por bons e maus bocados, e chegou a ser dado por morto algumas vezes. Mas, como fênix, sempre deu um jeito de reaparecer, resgatado das trevas por algum adolescente talentoso e entediado. É uma história e tanto.

Segundo historiadores, o marco zero do rock teria acontecido em julho de 1954, quando um caminhoneiro chamado Elvis Presley entrou no Sun Studios, em Memphis, e gravou "That’s Allright Mamma".

Vamos deixar uma coisa bem clara: Elvis não inventou o rock. Antes dele, gente como Chuck Berry e Bill Halley já tocavam rock. Desde o fim dos anos 40, "rock’n’roll" era usado em letras de música como sinônimo de "dançar" ou "fazer amor". Em 1952, o radialista Alan Freed – que depois viria a reivindicar a criação do termo – batizou seu programa de Moondog’s Rock and Roll Party.

Se não criou o rock’n’roll, Elvis ao menos pode ser considerado o mensageiro que apresentou o rock ao mundo. Era o homem certo no momento certo: bonito, talentoso e carismático. Mais importante: era branco e, por isso, aceitável para a América dos anos 50. "Eu agradeço a Deus por Elvis Presley", disse o negro Little Richard, um dos grandes pioneiros do rock. "Ele abriu as portas para muitos de nós."

A tarefa de Elvis não foi fácil: a sociedade norte-americana demorou bastante para aceitar aquele branco que cantava e dançava como um negro. Em uma de suas primeiras apresentações na TV, as câmeras o filmaram apenas da cintura para cima, sem mostrar aquele quadril que teimava em rebolar. Elvis, ao contrário de vários outros ídolos da época (como Pat Boone, por exemplo), nunca renegou a origem de sua música. "O que eu faço não é novidade", disse. "Os negros vêm cantando e dançando dessa forma há muito tempo."

Se a vida nos anos 50 não era moleza para um roqueiro branco como ele, o que dizer de artistas negros como Little Richard, Chuck Berry, Bo Diddley e Fats Domino? Num país de escolas segregadas, que ainda via negros serem linchados, o simples fato de um artista negro viajar para mostrar sua música assumia proporções épicas de heroísmo e bravura.

Uma história emblemática do período é a de Shelley "The Playboy" Stewart, um radialista negro que apresentava um programa de rock na estação WEDR, no Alabama. O programa de Stewart atraía um público predominantemente branco, que aprendera a gostar dos artistas "de cor" que o DJ tocava.

No dia 14 de julho de 1960, Stewart estava apresentando um show na cidade de Bessemer, quando recebeu um aviso do dono do clube: a Ku Klux Klan, temida organização racista, havia mandado 80 homens para atacá-lo. Os encapuzados cercavam o clube e ameaçavam invadir o local. Sem perder a calma, Stewart avisou à platéia – formada por 800 brancos – que teria de parar o show. Foi aí que o inesperado aconteceu. "Os jovens que estavam no clube se rebelaram", disse Stewart, anos depois. "Eles saíram correndo do local e atacaram a Klan, lutando por mim." A simbologia do fato é forte demais: brancos lutando contra brancos, pelo direito de ouvir música negra.

Sim, o rock’n’roll é música negra. Como o blues, o samba e o hip hop, o rock nasceu da escravidão e tem suas origens na migração forçada de milhões de africanos, que foram tirados de suas aldeias e jogados em terras estranhas. Todos esses gêneros musicais têm duas características comuns, herdadas da África: a primeira é a predominância de uma base rítmica constante e repetitiva; a segunda é a utilização da música de uma forma emocional e espiritual. Nas colheitas de algodão dos Estados Unidos, os escravos cantavam para celebrar sua espiritualidade e seus ancestrais. Também cantavam sobre as mazelas da escravidão, estabelecendo assim uma relação direta entre sua música e a realidade social. O rock herdou essa capacidade de radiografar o presente.

Na época, a sociedade americana começava a abandonar preconceitos seculares. De uma certa forma, a explosão do rock simbolizou uma América nova, mais liberal, próspera e livre das dificuldades econômicas do pós-guerra. Adolescentes brancos começaram a curtir uma música antes relegada a salões de baile nos bairros negros e pobres.

Em 1956, "Blue Suede Shoes", de Carl Perkins, tornou-se a primeira música a chegar ao topo das paradas de pop, rhythm’n’blues e country. O fato representou um marco não só para a música, mas para toda a sociedade americana. Pela primeira vez, brancos e negros estavam gostando da mesma coisa. Em 1959, outra canção, "The Twist", de Chubby Checker, também uniu o país. O ativista e autor Eldridge Cleaver, fundador do grupo radical Panteras Negras, escreveu: "A canção conseguiu, de uma forma que a política, a religião e a lei nunca haviam sido capazes, escrever na alma e no coração o que a Suprema Corte só havia conseguido escrever em livros".

O rock’n’roll não mudou a sociedade, mas serviu como espelho de mudanças e tendências. Claro que ninguém deixou de ser racista ao ouvir Elvis Presley cantando música "de negros", mas o simples fato de Elvis aparecer em cadeia nacional, rebolando os quadris e celebrando uma cultura marginal, mostrava que o país estava mudando.

Paralelamente ao surgimento do rock, a sociedade norte-americana via o aparecimento de outro fenômeno, que se tornaria vital para a explosão do rock’n’roll: o adolescente.

Até meados do século 20, adolescentes tiveram uma vida dura nos Estados Unidos. O país havia passado por duas guerras mundiais e pela Grande Depressão; ser jovem por lá significava trabalhar duro e ajudar os pais a sustentar a casa.

Para a sociedade de consumo, o adolescente não existia. Não havia música ou filmes feitos especialmente para eles. Pais e filhos eram obrigados a gostar das mesmas coisas: as big bands de Tommy Dorsey e Benny Goodman, as baladas de Nat King Cole e Frank Sinatra, a cafonice de Pat Boone e Perry Como.

Depois da Segunda Guerra, tudo mudou: os Estados Unidos entraram numa fase de prosperidade, a economia cresceu e os adolescentes, que antes davam duro ajudando os pais, passaram a receber mesada. Isso criou um novo mercado, voltado unicamente para o jovem.

Hollywood logo entrou na onda, lançando filmes direcionados aos adolescentes. Dois deles, O Selvagem (1954) e Rebelde sem Causa (1955), revelaram Marlon Brando e James Dean interpretando jovens em conflito com a geração de seus pais. A rebeldia estava na moda. Daí surgiu Elvis Presley, dando voz a uma geração cansada da caretice dos pais.

A sociedade de consumo não demorou para perceber o potencial do filão jovem. Foi só aí que o rock explodiu na América. E tome filmes, revistas, livros, badulaques, calendários e todo tipo de bugiganga direcionada aos novos consumidores. Elvis, o rebelde, tornou-se uma figura tão familiar aos lares americanos quanto o presidente Eisenhower.

As gravadoras, que nunca gostaram de arriscar, trataram de diluir o rock em fórmulas açucaradas, bem ao gosto do público branco médio. O canastrão Pat Boone, por exemplo, gravou Tutti Frutti, mudando a letra (escrita por Little Richard, negro, homossexual e orgulhoso), para não chocar as boas moças da América. Foi um estouro. Era a tal coisa: "rock sim, mas limpinho, por favor".

Apesar do sucesso, muita gente previa um fim rápido para o rock. O gênero era visto como uma moda passageira, a exemplo do calipso ou de tantas outras que tiveram seus 15 minutos de fama na América.

Para piorar, os roqueiros passavam por maus bocados no fim dos anos 50: Elvis Presley foi para o Exército, Chuck Berry ficou preso dois anos por ter atravessado uma fronteira estadual com uma prostituta menor de idade, Little Richard abandonou o rock e virou pastor depois de "ouvir o chamado de Deus" durante um vôo turbulento, Jerry Lee Lewis arruinou a carreira ao casar com uma prima de 13 anos, Buddy Holly morreu em um acidente de avião, que matou também Ritchie Valens (La Bamba) e Big Bopper (Chantilly Lace), e Eddie Cochran morreu em um acidente de carro. Quando o futuro do rock’n’roll parecia negro, surgiram os Beatles.

A influência dos Beatles é incalculável. Musicalmente, eles elevaram o rock a um nível até hoje inigualado, estabelecendo parâmetros e modelos para toda a música pop. Suas experimentações abriram novas possibilidades sonoras e ampliaram os horizontes musicais das gerações posteriores. Culturalmente, eles foram igualmente importantes: carismáticos, irreverentes e cheios de sex-appeal, eles surgiram no mundo como um sopro renovador, obliterando a caretice da década de 50 e inaugurando uma era mais livre e esperançosa – os anos 60.

O surgimento do rock e de seus primeiros ídolos – Elvis, Beatles, Rolling Stones – mudou a relação entre a música e o público. Até o rock aparecer, o "músico" – fosse produtor, instrumentista ou compositor – era visto como um profissional muito qualificado. Compositores de "música popular" eram sofisticados como Cole Porter e Irving Berlin; cantores eram Frank Sinatra e Bing Crosby.

O rock democratizou a música pop. Subitamente, qualquer um podia subir em um palco e cantar. Elvis, um caipira ignorante, passou a freqüentar as paradas de sucesso ao lado de Sinatra e Nat King Cole (dá até para entender por que Sinatra, acostumado a trabalhar com músicos experientes, não aceitou o novo estilo: "rock’n’roll é a coisa mais brutal, feia e degenerada que eu já tive o desprazer de ouvir", disse o "olhos azuis").

Essa "democracia" do rock teve um efeito imediato: os artistas ficaram cada vez mais parecidos com seu público, tanto em idade quanto em classe social. Os jovens passaram a se identificar mais com seus ídolos, estabelecendo uma relação mais próxima com a música. O rock também passou a buscar na sociedade – especialmente nos jovens – os temas de suas canções. Essa troca fez do rock a música mais popular e culturalmente impactante do século 20.

Para muitos, esse estreitamento entre artista e público também causa um declínio gradual na qualidade da música. A cada ano, um número maior de pessoas sem treinamento musical tem acesso a tecnologias de composição e gravação. Hoje, aparelhos como samplers e placas de som permitem a qualquer um gravar um disco em casa. E popularização raramente é sinônimo de qualidade.

O fato é que nenhuma outra música esteve tão sintonizada com a realidade de seu tempo quanto o rock. Desde os anos 50, ele passou a ser um espelho da sociedade, refletindo a moda, o comportamento e as atitudes dos jovens. Isso fez do rock uma música com prazo de validade, ou seja, tão ligada no "hoje" que corre o risco de sair de moda rapidamente, junto com os temas abordados (para confirmar, basta assistir a qualquer videoclipe de dez anos atrás).

Isso cria situações interessantes: o que é "bacana" e "moderno" para uma geração torna-se ultrapassado para a próxima. Sendo um gênero que se alimenta sempre do novo, o rock’n’roll gera conflito entre seus fãs. Um movimento surge como resposta ao anterior e assim por diante, numa renovação incansável.

Esses conflitos, mais que interessantes, são necessários: sem eles, estaríamos condenados à eterna repetição. Foi a partir desses "rachas" que nasceram alguns dos movimentos mais influentes do rock, como o punk, basicamente uma reação ao comercialismo e à pompa do rock dos anos 70, que havia perdido a identificação com as gerações mais novas. Ao contrário do que ocorria antes do rock’n’roll, agora ficou fora de moda curtir a mesma música que os pais. Mas isso é cíclico, claro: com o passar dos anos, a indústria descobriu o potencial do saudosismo. Hoje, temos canais de televisão que vivem de reembalar artistas velhos como se fossem a última novidade. E veteranos – como o Aerosmith, por exemplo – que, graças a seus clipes na MTV, reinventam-se para um público que nem era nascido quando eles faziam sua melhor música.

Os Beatles são um bom exemplo da capacidade do rock de se adaptar a cada época. Para entender as mudanças ocorridas nos anos 60, basta olhar as fotos do grupo durante o período. Nos primeiros anos, vestidos com terninhos idênticos e cabelos bem penteados, os quatro eram a imagem perfeita do otimismo da era Kennedy. Depois, como todos, abandonaram a inocência: os cabelos cresceram e os sorrisos deram lugar ao cinismo, enquanto Kennedy era morto e a guerra começava no Vietnã. No fim da década, quando jovens faziam passeatas na Europa, Martin Luther King era assassinado e o conflito do Vietnã piorava, os Beatles buscaram consolo espiritual na Índia, renegando o comercialismo ocidental. A banda acabou melancolicamente, junto com uma década que começara cheia de promessas e que terminava em guerra e decepção.

Não foram os únicos roqueiros que se tornaram símbolos de uma era: Bob Dylan, Jimi Hendrix e Jim Morrison também viraram ícones dos anos 60, tanto quanto o símbolo da paz ou o rosto de Che Guevara. Sid Vicious é, até hoje, a imagem mais reconhecível da rebeldia punk. E basta um passeio por qualquer grande cidade para ver, a qualquer hora, jovens usando camisetas com o semblante triste de Kurt Cobain.

Esses rostos passaram a representar mais que a simples paixão por uma banda ou artista: tornaram-se símbolos de um estado de espírito e de um jeito de ser. A iconografia, claro, reduz tudo a seu nível mais rasteiro – e um artista como Kurt Cobain, autor de dezenas de músicas, acabou reduzido a garoto-propaganda do suicídio e da alienação adolescente. John Lennon foi assassinado e virou "marca", transformado, como Gandhi, em símbolo de paz e amor. Logo ele, que nunca escondeu ter sido um pai ausente e que tratou Paul McCartney como um cachorro sarnento depois do fim dos Beatles. O rock simplifica tudo.

Talvez seja essa a razão de seu sucesso. Como bem disse Gene Simmons, do Kiss: "Eu não sou Shakespeare. Mas ganhei muita grana e transei com mais de 4 mil mulheres. Tenho certeza de que Shakespeare trocaria de lugar comigo a qualquer hora". Quem duvida?



1. The King of Rock and Roll – The Complete 50s Masters - Elvis Presley, 1992

Elvis em sua melhor fase, antes de entrar para o Exército e voltar mansinho



2. Chuck Berry – Anthology - Chuck Berry, 2000

O verdadeiro criador do rock’n’roll e melhor compositor entre os pioneiros do gênero



3. The Essential Little Richard - Little Richard, 1985

O intérprete mais explosivo do início do rock revolucionou a música com seus gritos e sua vibração



4. The Classic Years - Motown, 2000

Uma das gravadoras mais influentes dos anos 60, meca da soul music norte-americana



5. Please Please Me - Beatles, 1963

Eles chegaram como um sopro renovador e fizeram a trilha sonora perfeita para o otimismo do início dos anos 60



6. The Freewheelin’ Bob Dylan - Bob Dylan, 1963

O rock amadurece: pela primeira vez, as letras valem tanto quanto a música



7. Live at the Apollo - James Brown, 1963

O grito primal do funk, por seu maior intérprete



8. The Who Sings My Generation - The Who, 1965

Até então, ninguém havia feito um rock tão radical e barulhento; para muitos, o nascimento do punk



9. Blonde on Blonde - Bob Dylan, 1966

O atestado de maioridade de Dylan; depois disso, o rock não tinha mais desculpa para a ingenuidade



10. Pet Sounds - Beach Boys, 1966

Um sonho adolescente, embalado pelo pop mais perfeito e cristalino. "O maior disco da história", segundo Paul McCartney



11. Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band - Beatles, 1967

Auge do experimentalismo do rock. Definiu sua geração e criou novos horizontes para o pop



12. Between the Buttons - Rolling Stones, 1967

Os rebeldes mostram que também têm coração



13. Are You Experienced? - Jimi Hendrix, 1967

Hendrix desfila todo seu arsenal: microfonia, psicodelia, distorção e um pé fincado na tradição do blues



14. The Velvet Underground and Nico - Velvet Underground, 1967

Inaugurou a melancolia no pop. Fez contraponto ao otimismo hippie



15. The Doors - The Doors, 1967

Pessimista e dark, embalado pela angústia existencial de Jim Morrison, na contramão do sonho hippie



16. We’re Only In It For the Money - Frank Zappa and the Mothers of Invention, 1968

Satiriza o hippismo e antecipa o fim do sonho



17. The Village Green Preservation Society - The Kinks, 1969

Os Kinks enxergam além de guitarras barulhentas e fazem o seu Sargent Pepper’s



18. Kick out the Jams - MC5, 1969

Que paz e amor nada! Neste explosivo disco ao vivo, o MC5 pregava revolução, guitarras e amor livre



19. Live Dead - Grateful Dead, 1970

Longas explorações psicodélicas, no melhor momento de uma verdadeira instituição californiana



20. Black Sabbath - Black Sabbath, 1970

Para muitos, uma brincadeira de mau gosto. Para os fãs, um disco que sepultou a inocência dos anos 60 e inaugurou o heavy metal



21. Funhouse - Iggy Pop and the Stooges, 1970

Blues, John Coltrane e punk: a fórmula de Iggy Pop neste verdadeiro clássico do niilismo



22. Greatest Hits - Sly and the Family Stone, 1970

A música negra como arma de guerra: segundo Sly Stone, a revolução só se daria com o povo dançando nas ruas



23. Led ZepPelin IV - Led Zeppelin, 1971

Jimmy Page e sua gangue se escondem por trás do ocultismo e fazem um clássico do hard rock



24. Exile on Main Street - Rolling Stones, 1972

Os Stones esquecem a pose de maus e concentram-se no que sabem fazer melhor: música sublime



25. Ziggy Stardust - David Bowie, 1972

Uma ópera-rock sobre androginia e extraterrestres. Bowie cria um mundo de fantasia e sonho, que inspirou o punk e a new wave



26. Harvest - Neil Young, 1972

Obra-prima do country rock em uma época de cantores "sensíveis", como James Taylor e Carole King



27. Transformer - Lou Reed , 1972

O subterrâneo nova-iorquino, com prostitutas, traficantes e bêbados, pela imaginação mórbida de Lou Reed



28. New York Dolls - New York Dolls, 1973

Guitarras altas, batom e roupas de mulher: os New York Dolls confrontavam com bom humor a macheza do rock da época



29. The Dark Side of The Moon - Pink Floyd, 1973

Questionamentos sobre loucura e solidão, embalados pela música mais triste a chegar ao topo das paradas



30. Ramones - Ramones, 1976

Em contraponto ao rock "sério", quatro desajustados cometem este pecado sonoro, sem solos nem pretensão. Nascia o punk



31. Never Mind the Bollocks - Sex Pistols, 1977

O conflito de gerações em forma de disco: "Somos feios, sujos e não gostamos do que está acontecendo"



32. Talking Heads: 77 - Talking Heads, 1977

O punk cresce e amadurece; o funk de branco do Talking Heads prova que há cabeças pensantes na geração 77



33. Parallel Lines - Blondie, 1978

O dia em que o punk e a new wave fizeram as pazes com o pop. Som comercial sem abdicar de seus ideais



34. Unknown Pleasures - Joy Division, 1979

Velvet Underground para as novas gerações: sombrio e mórbido, vê um mundo mais sem futuro que o do Sex Pistols



35. The Specials - The Specials, 1979

O punk inglês se mistura ao ska jamaicano, que havia anos habitava os bairros mais pobres da Inglaterra



36. Double Fantasy - John Lennon e Yoko Ono, 1980

Depois de passar anos fazendo discos políticos, Lennon e Yoko assumem a maturidade e gravam pelo simples prazer de criar



37. London Calling - The Clash, 1980

Está tudo aqui: rockabilly, reggae, ska, jazz. O grande disco que define o fim da adolescência no punk



38. Heaven Up Here - Echo and the Bunnymen, 1981

Grandioso demais para se encaixar em algum movimento musical, marca o amadurecimento do pós-punk



39. Power, Corruption and Lies - New Order, 1983

O rock abraça a música eletrônica e prova que música "de computador" também pode ter coração



40. The Head on the Door - The Cure, 1985

O Cure embala a morbidez no pop mais acessível e leva a melancolia às massas



41. The Queen is Dead - The Smiths, 1986

O rock esquece os vencedores, celebrando os desajustados, tímidos e fracassados



42. Licensed to Ill - Beastie Boys, 1986

Três espertalhões juntam rap e heavy metal e criam música negra para jovens brancos



43. The Joshua Tree - U2, 1987

O U2 ressuscita o rock político – e os fãs, apolíticos, compram sem perceber a intenção



44. Daydream Nation - Sonic Youth, 1988

Os intelectuais da guitarra fazem uma perfeita radiografia de uma geração sonada pela MTV e pelo rock comercial



45. It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back - Public Enemy, 1988

Um libelo contra a manipulação da mídia, o "embranquecimento" da América de Reagan e o racismo



46. Out of Time - R.E.M., 1991

Rock de gente grande, com ambição e propósito, apesar do lustro pop e do imenso sucesso comercial



47. Metallica - Metallica, 1991

Representou, para a geração MTV, o que Black Sabbath foi para os jovens em 1970: a celebração da negação



48. Nevermind - Nirvana, 1991

O dia em que o punk encontrou a MTV: um disco que destruiu barreiras e que tornou obsoleto todo o rock vagabundo do fim dos anos 80



49. BloodSugarSexMagik - Red Hot Chili Peppers, 1991

Fãs de Korn e Limp Bizkit vão chiar, mas a verdade é que todo o funk metal e o nu metal começaram aqui



50. OK Computer - Radiohead, 1997

Um disco gélido, cerebral e triste, sobre a dificuldade de comunicação no fim do século. Paradoxalmente, foi um sucesso



"Por que jovens gostam de rock? Ora, porque os pais não gostam, é claro!"

Chuck Berry



"Se você se lembra dos anos 60, é porque não estava lá."

Robin Willians



"Eu odeio o Pink Floyd."

Frase escrita na camisa de Johnny Rotten, dos Sex Pistols



"Eu sou uma garota material, vivendo num mundo material."

Madonna



"Meu sonho e viver num mundo onde Lenny Kavitz nõ seja chamado de 'rock'"

Mark Arm, Mudhoney



Northern Band Rock’n’Roll

Espécie de versão com guitarra e baixo do som das big bands de Kansas City. O maior nome do estilo era Bill Halley (Rock Around the Clock)



New Orleans Dance Blues

Gênero em que predominavam baladas, tendo o piano como instrumento principal. Little Richard e Fats Domino se destacavam



Memphis Country Rock

Também chamado de rockabilly, era basicamente música caipira branca, tocada com guitarra elétrica. A gravadora Sun, descobridora de Elvis, era a meca desse ritmo



Chicago Rhythm and Blues

Versão negra do rockabilly, que teve em Chuck Berry e Bo Diddley seus mestres



Grupos Vocais

Sem instrumentos, usavam somente o gogó, em arranjos lindos. Frankie Lymon and the Teenagers era o grande sucesso



Fonte: The Sound of the City, de Charlie Gillett (Souvenir Press, EUA, 1971)



Chuck Berry

O primeiro grande compositor do rock criou riffs copiados até hoje ("Roll Over Beethoven", "Maybellene"). Compôs rocks, blues e baladas e foi também o primeiro grande "fora-da-lei" do rock’n’roll, tendo sido preso várias vezes quando adolescente (e outras várias vezes depois)



Beatles

Lançaram, entre 1965 e 67, três álbuns – Rubber Soul, Revolver e Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band – que elevaram o rock a um nível artístico nunca visto. Daí experimentaram de tudo: música indiana, fitas rodadas de trás para a frente, sons de pássaros, LSD... E o rock nunca mais foi o mesmo



Bob Dylan

O primeiro grande letrista do rock. Cantor folk, chocou a platéia ao subir no palco com uma banda de rock, em 1965. Muitos previram um fracasso quando lançou Like a Rolling Stone: a música tinha seis minutos de duração, o triplo da média das canções do rádio. Foi seu primeiro grande sucesso



Brian Wilson

Mesmo surdo de um ouvido e abalado para sempre por causa dos socos que levava do pai, o líder dos Beach Boys compôs alguns dos momentos mais sublimes da música pop. Queria superar os Beatles, que considerava os únicos capazes de rivalizar com seu talento



Rolling Stones

Eram o contraponto mal comportado à simpatia dos Beatles. Foram os primeiros a subir no palco com as roupas que usavam no dia-a-dia, sem os "uniformes" usados pelas bandas – um choque na época. Resgataram o blues de Muddy Waters e Willie Dixon e exploraram a psicodelia e a música soul



Phil Spector

O mais influente produtor musical dos EUA nos anos 60. Aos 18 anos já tinha uma música no Top 10. Revolucionou as gravações com sua técnica de gravar vários instrumentos na mesma faixa, para criar uma sonoridade densa e poderosa



Jimi Hendrix

Revolucionou a guitarra e tornou-se o músico mais influente e inovador de sua geração. Seu estilo único unia o blues a distorção e microfonia. Quão bom ele era? Eric Clapton responde: "Uma vez, Jimi subiu conosco no palco e tocou Killing Floor, de Howlin’ Wolf, que eu nunca consegui tocar direito. Todo mundo ficou de boca aberta"



David Bowie

O "camaleão" do rock fez de tudo: foi menestrel hippie (anos 60), inventou o glam rock, influenciou o punk e a new wave e embrenhou-se por sons eletrônicos (anos 70). Fez dance music e trilhas para o cinema (80). Sua capacidade de se reinventar não tem paralelo no pop



Sex Pistols

Em 1976, o rock vivia uma fase tediosa, com artistas milionários tocando em estádios. Em oposição a eles, grupos como Sex Pistols, Ramones e The Clash criaram o punk, uma música crua e direta. Estouraram na Inglaterra e provaram que não era preciso ser bonito e comportado para chegar ao topo das paradas



Kurt Cobain

Conseguiu, como ninguém, capturar em música o espírito da geração MTV, marcada pelo tédio e pela paralisia em face do domínio corporativo. O Nirvana foi um caso raro de banda alternativa que fez imenso sucesso comercial e abriu caminho para dezenas de outras



Benjamin Franklin "descobre" a eletricidade (junho de 1752)

O velho Ben soltou uma pipa no meio de uma tempestade e mudou o mundo



Elvis grava um disco para a mãe (4 de janeiro de 1954)

Um caminhoneiro pobre entra nos estúdios da gravadora Sun, em Memphis, e grava um acetato para dar de presente à mãe. Meses depois, quando precisou de um cantor para gravar um compacto, o dono da Sun, Sam Phillips, lembrou-se do rapaz, Elvis. Nascia o rock’n’roll



Morte de Buddy Holly (3 de fevereiro de 1959)

Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper morrem num desastre de avião, depois de um show. Foi a primeira grande tragédia do rock, um evento que ficou marcado como "o dia em que a música morreu"



Beatles aparecem no programa de Ed Sullivan (9 de fevereiro de 1964)

Mais de 50 mil fãs brigaram pelos 703 ingressos disponíveis no estúdio da CBS. Os Beatles cantaram cinco músicas e foram vistos por 73 milhões de americanos. Nascia a Beatlemania



Beatles encontram Bob Dylan (28 de agosto de 1964)

Num hotel de Nova York, o quarteto de Liverpool foi apresentado ao maior bardo do rock e, pela primeira vez, fumaram maconha. O encontro motivou o grupo a abandonar as canções adolescentes. Ali começou a fase psicodélica dos Beatles



Woodstock: lama e paz (15 a 17 de agosto de 1969)

O auge do sonho hippie: meio milhão de pessoas se reuniram para celebrar a paz e o amor, sem policiais ou chuveiros para atrapalhar. Foram três dias de lama, drogas e muito rock’n’roll, ao som de The Who, Jimi Hendrix, Santana, Joe Cocker, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin, Grateful Dead e muitos outros



Altamont: violência e morte (6 de dezembro de 1969)

O fim do sonho hippie: concebido pelos Rolling Stones, o festival de Altamont terminou em tragédia quando uma gangue de motoqueiros da facção Hell’s Angels, contratada para fazer a segurança do evento, matou a pauladas um jovem negro. Outras três pessoas morreram na noite: duas atropeladas enquanto dormiam e uma terceira afogada



Sex Pistols xingam a Rainha DA INGLATERRA (maio de 1977)

Em uma esperta jogada de marketing, os Pistols lançaram o compacto "God Save the Queen" a tempo de esculhambar as comemorações do Jubileu da Rainha. O disco foi banido das rádios do país, mas tornou-se o segundo mais vendido



Estréia da MTV (1 de agosto de 1981)

Antes da MTV, o principal meio de divulgação para artistas era o rádio. Logo as gravadoras perceberam o potencial do novo canal e passaram a investir mais em clipes. A imagem de uma banda passou a ser tão importante quanto sua música. Surge a "geração MTV" com estrelas como Madonna, Duran Duran, Prince e Michael Jackson



Michael Jackson compra o catálogo dos Beatles e Elvis Presley (setembro de 1985)

Hoje, ninguém pode usar uma música dos Beatles ou de Elvis sem pedir licença a um homem que pendura o próprio filho de uma janela e que admite ter feito vodu contra Steven Spielberg



Na livraria:

The Sound of the City - The Rise of Rock and Roll - Charlie Gillett, Da Capo Press, EUA, 1970

The People’s Music - Ian MacDonald, Pimlico Books, Reino Unido, 2003

André Barcinski direto para o Mensageiro da Realidade