sábado, 28 de fevereiro de 2009

Cuide bem da sua marca

Definitivamente, marca não é um ativo intangível. Ela se materializa em bens, em serviços e fica clara a sua contribuição para a empresa quando se olha o resultado financeiro ao longo dos anos. Por isso que os investimentos em comunicação institucional trazem um retorno difícil de mensurar.
Uma marca é um bem ou serviço impecável. Que entrega o que promete aos seus clientes. Que mostra diferenciais. Que confere identidade a uma empresa. Que é capaz de gerar lucros no curto, médio e longo prazo. Isso fica muito fácil de medir quando se vende uma empresa. Em casos em que a marca será vendida junto com o negócio, ela chega a representar 100% dos ativos.
Há exemplos como o da Coca-Cola e das outras 99 marcas mais valiosas do mundo, calculadas todo ano pela Interbrand. Se fosse vendida separadamente, a Coca-Cola valeria 66 bilhões de dólares. Mas só o fato dela ser Coca-Cola já possibilita lançar um novo refrigerante custando pelo menos 20% a mais que a concorrência, me disse semana passada o Marcos Machado, sócio-consultor da Top Brands.
Tudo tem importânciaAs marcas de luxo não nos deixa mentir. Afinal, por que as bolsas da Louis Vuitton valem o que valem? A marca é a representação de uma história de 150 anos com produtos feitos a mão até hoje. Há um cuidado obsessivo com o produto. Com a qualidade, com a excelência. Ela entrega um produto único e as ações de comunicação e promoção servem apenas para criar ainda mais desejo pela marca.
Por isso que quando se fala em branding deve se pensar na gestão da companhia, no relacionamento, no ponto-de-venda, no preço, pois é a partir da entrega de bens e serviços únicos que haverá criação de valor. Cuidar de uma marca, portanto, é oferecer bens e serviços que façam a diferença na vida de seus compradores. Não é ficar pensando em campanhas de publicidade criativas para concorrer a leões em Cannes.
Basta lembrar que a grande maioria dos produtos vendidos nos supermercados não conta com apoio publicitário. Eles vendem porque são bons. E quem continua vendendo é porque inova. Porque mantém um bom relacionamento com seus clientes. Claro que a publicidade e a promoção são importantes. Mas cuidar de uma marca é cuidar do seu core business, pois é ele quem paga o seu salário no fim do mês.
Caso de sucessoÉ promover experiência. A entrada da Starbucks no Brasil mostra muito bem isso. Com uma história criada no exterior, a marca não fez um anúncio sequer para o lançamento de suas lojas. Quem já conhecia a marca fez fila na porta. Quem não conhecia, passou a experimentar e a gostar.
Em apenas dois anos no país e com menos de 20 lojas, a rede já está entre os cinco maiores mercados do mundo em termos de atendimento. Como escrevi anteriormente, Starbucks é a 85ª marca mais valiosa do mundo. Vale 3,8 bilhões de dólares. Está atrás da Nescafé (28ª), mas é ela a responsável por transformar um produto comum em objeto de desejo.

Brasil tem a maior taxa de participação em comunidades on-line


As comunidades on-line atingem 78,4% dos internautas brasileiros. A taxa é a maior do mundo, à frente do Japão (73,7%) e França (62,9%). Uma pesquisa do IBOPE Inteligência chegou a esses resultados e entrevistou também 14 gestores de Marketing e Comunicação de diversas empresas.
Segundo o estudo, a utilização de blogs e comunidades on-line já começaram a ser praticada por diversas empresas brasileiras, focando nos consumidores que utilizam a internet regularmente. De acordo com pesquisas recentes do IBOPE, já são 40 milhões de brasileiros freqüentando a internet, onde 64% deles participam de sites de comunidades e 13% criam ou atualizam blogs.

PÉROLAS DE NELSON SILVA: ALEXANDRIA(1991)

Ainda não será inverno
ainda não é tão frio assim
enquanto isso eu espero
finjo estar longe de mim
quero estar longe de mim...

O vento leva um jornal de ontem
o tempo apaga a luz do dia
estranho rosto que eu escondo
mando pro espaço as pedras do caminho.

Ainda não será tão tarde
a aurora não trará o fim
atrás dos bares eu me parto
morro e renasço quando estou sozinho.

Espero resposta na porta de casa
de uma carta que não vem
também não me importa se são cartas marcadas
as horas que passo pensando em alguém...


Alexandria foi gravada no álbum "Sequestro-Relâmpago" da banda The Raptores em agosto de 2005.

PÉROLAS DE NELSON SILVA III: PAÍS DO FUTURO(1991)

País do futuro
desde quando eu nasci
meus olhos no escuro
orgulho que eu não senti

Os ditadores ditaram
dores demais
sujaram de sangue
nossos jornais

e o amanhã
foi esquecido
como um dia
que passa por mim

passo a contar os vencidos
e a chorar pelas tribos
tupi-guarani.

Dos nossos estúdios de televisão
o Estado-Repúdio da nossa razão
a imagem em cores
que domina a visão
comanda os controles da pobre nação

que sorri
quando nem tudo são flores
feliz
como todos os outros
anjos-de-cara-suja.

Armas e praças montadas
Monte Castelo e Montese
Marchas no Araguaia
computadores e casebres...


Esta peça foi gravada pela banda The Raptores em 2005 no álbum "Sequestro-Relâmpago".

PÉROLAS DE NELSON SILVA II: ENREDO OBSCURO(1991)

Já te falei dos vícios
e dos caminhos tortos
e que desde o início
eu não me importo.

São os meus motivos
tudo que não posso
todos estão vivos
ídolos mortos.

E o que são princípios
ricos são tão pobres
beirando o precipício
como um trevo da sorte.

Já não sinto mais medo do escuro
já nem guardo segredos, sobretudo
refletir no espelho o futuro
é saber do enredo obscuro.


Esta peça foi gravada em 2005 no CD da banda The Raptores, "Sequestro-Relâmpago".

PÉROLAS DE NELSON SILVA: MENINOS DA PAZ (1991)

Eu sei
que nada é perfeito
nem deuses
nem super-heróis

no céu diante da guerra
ainda
nasce o sol

mais uma vez
mais uma voz
novamente
logo após

Eternamente
somos nós
os mesmos de sempre
os meninos da paz.

Não sei
se são os mesmos gritos
daqueles que nunca mais

o mistério ainda sobrevive
ao inverno que congela o cais

desconhecido
frio demais
adormecido e solitário

Infelizmente
há tempos atrás
a dor que ainda sentes
o vento ainda traz...


Este texto foi escrito em 1991, em homenagem a 3.000 marinheiros japoneses de 14 a 17 anos que auto afundaram seus navios sob ataque americano na baía de Iwo Jima em 1945.

PÉROLAS DE NELSON SILVA:

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

SOBRE O AMOR





"O amor não é simplesmente uma questão de sentimento. O amar bem exige prática, como em qualquer arte, isto é, disciplina, paciência e persistência".
"A necessidade de aplicar-se na arte de amar, tem sido ignorada, ou reconhecida como secundária".
"O amor é lindo, mas quando se inicia uma relação, demora algum tempo para que ele nos dê paz".
"O amor nos proporciona excitação, paixão, descobertas, milhões de coisas lindas, mas a paz só vem depois que superamos os medos que o amor traz".
"Pena que nós não tenhamos aprendido a dar valor ao fato de estarmos ao lado de quem amamos...O que geralmente predomina são nossos planos e nossos receios".
"Hoje sei que o amor não dá escritura definitiva e que querer eternizá-lo é a melhor maneira de perdê-lo".
"No amor e na intimidade não há lugar para a exploração. Há uma velha expressão que recomenda: use as coisas, ame as pessoas. É assustador como muitos indivíduos fazem justamente o contrário".
"Afastar-se de um amor, ainda que por lúcidas razões, pode gerar, adiante, a frustração pelo que se deixou de viver".
"Precisamos descobrir na pessoa amada o que não se tem de próprio".
"O amor nos traz a secreta certeza de que a vida é um aprendizado, por isso, inacabada, provisória, incerta".
"O amor conecta o trivial e o superior, integra o imanente e o transcendente, eleva o materialista e erotiza o inocente".

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A arte nasce da realidade


No teor da supremacia, a qualidade da(s) palavras ganha enorme vantagem à quantidade das palavras... palavras, palavras e mais palavras, tantas existentes, tantas úteis, outras tanto desnecessárias, eis o objectivo fundamentado... uma, duas ou três palavras podem ditar uma vida... um percurso, uma história, um acto, um segundo, um resto de nada, TUDO... a arte nasce da realidade. Eu sinto, eu vejo, vagueio.... Escuto o silêncio, guardo as poucas palavras para um outro dia...


posted by Marco Martins

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

História da Publicidade


A Publicidade tinha como principal objectivo tornar público, através da difusão ou divulgação, uma marca, produto ou serviço. Nos dias de hoje, assume uma importância e um alcance significativos, quer no domínio da actividade económica, quer como instrumento privilegiado do fomento da concorrência, sempre benéfica para as empresas e respectivos clientes. Procura atingir alvos perfeitamente delimitados e identificados jogando com as emoções, anseios, necessidades e preconceitos tentando assim gerar comportamentos e atitudes face a marcas produtos ou serviços.
Nascida com a revolução industrial e com o advento dos grandes meios de comunicação e de transportes, as raízes mais profundas da publicidade podem porém ser encontradas em épocas remotas, a séculos de distância do aparecimento da palavra publicidade. Alguns estudos mostram-nos uma tabuleta em argila encontrada por arqueólogos, a qual continha inscrições babilónicas, que anunciavam a venda de gado e alimentos, demonstrando que já se utilizava algum tipo de publicidade na antiguidade. A mais popular forma de publicidade foi porém o uso do pregão, espontâneo e oral servia para chamar a atenção das pessoas para a venda de escravos, gado e outros produtos, sendo posteriormente ultrapassada com o aparecimento da imprensa. Após a Revolução Francesa (1789), a publicidade iniciou a trajectória que a levaria até o seu estágio actual de importância e desenvolvimento.Em Portugal, a exemplo do que aconteceu em outros países, a publicidade teve durante séculos um pendor marcadamente oral: o pregão. Antes do aparecimento da rádio, nos anos 20 e 30, os suportes da publicidade eram maioritariamente a imprensa escrita e, mais timidamente, a publicidade exterior e o cinema. Nos Anos 40 e 50 com o apogeu da rádio, folhetins radiofónicos e programas como os Parodiantes de Lisboa, deram outra vida à Publicidade tendo como marco desta fase os primeiros jingles.
A partir dos anos 50 com a entrada das multinacionais em Portugal (Lever, Colgate, Nestlé, Procter...) existe um aumento do investimento em publicidade e consequentemente “educação” do ponto de venda e do consumidor. Com aparecimento da televisão, em 1957, apesar da Publicidade ser ainda muito informativa e educativa, esta ganha um novo impulso. Nesta fase, inicia-se o trabalho em Marketing e Publicidade com base em estudos, essencialmente qualitativos, surgindo assim uma nova orientação publicitária, já não tão baseada na actividade promocional, suporte de venda dos produtos, mas direccionada para a credibilização e valorização da marca.Hoje, todas as actividades humanas se beneficiam com o uso da publicidade: profissionais liberais – como médicos e engenheiros – divulgam por meio dela, os seus serviços; os artistas anunciam as suas exposições, os seus discos, os seus livros, etc., a própria ciência vem utilizando os recursos da publicidade, promovendo as suas descobertas e os seus congressos por meio de cartazes, revistas, jornais, filmes, Internet, entre outros…
Estratégias em PublicidadeSendo os mercados cada vez mais competitivos, quem não souber comunicar eficazmente as vantagens do seu produto ou serviço, rapidamente é ultrapassado pela concorrência.
Tendo em conta o mercado onde a empresa esta inserida, dependendo da fase de vida da marca, do seu segmento, dos objectivos, das actividades da concorrência, da sua posição competitiva, poderemos optar por diferentes tipos de Estratégia em Publicidade de forma a fazer face aos concorrentes.Definem-se três modelos distintos de Estratégia em Publicidade, sendo que cada uma delas pode apresentar diversos tipos:
Estratégias Concorrênciais: tem como principal objectivo comunicar as vantagens competitivas da marca, produto ou serviço, face aos seus concorrentes, sejam eles produtos da mesma empresa, de outras empresas concorrentes ou da distribuição. Neste tipo de estratégias podemos utilizar diferentes critérios:- Comparativas: são próprias de mercados altamente competitivos e em desenvolvimento, onde se deverá demonstrar a todo o momento as vantagens do nosso produto e encontrar novos aspectos de diferenciação. As vantagens mais significativas são: mais espaço para criatividade, mais informação para o consumidor e estimular a concorrência para efectuar melhorias nos seus produtos. Quanto a desvantagens poderemos salientar o favorecimento das empresas fortes, a promoção dos concorrentes e um aumento da competitividade exacerbada.
- Financeiras: utilizadas normalmente em produtos e mercados que se encontram na fase de maturidade do seu ciclo de vida, estão no auge e precisam manter. A finalidade é chamar a atenção do consumidor continuamente, ou seja, estar mais presente do que os outros concorrentes. O principal objectivo é aumentar a notoriedade.- Posicionamento: são usadas essencialmente em mercados estagnados, onde os produtos não apresentam características de diferenciação significativas e onde a fidelização dos clientes é a maior dificuldade. Para obtermos a preferência do consumidor teremos de dar benefícios distintivos claros, sejam eles de carácter objectivo ou simbólico – psicológico (adequação ao perfil do consumidor) ou aspiracional (promessa de estilo de vida).
- Promocionais: são utilizadas para relançar o interesse por um produto, fidelizar os seus consumidores, reagir a ataques da concorrência ou para promover a sua experimentação. A promoção poderá passar pela redução de preços, ofertas, jogos ou concursos, demonstração e amostras, etc. Esta estratégia normalmente é agressiva procurando obter resultados imediatos, oferecendo vantagens excepcionais de curta duração.- Adesão Incondicional: utiliza-se em mercados maduros e não necessita de uma comunicação muito original, levando as marcas a aderir à forma de comunicar do líder.
- Canibalização: esta estratégia pode recorrer a várias técnicas, mas que tem por fim a substituição de um produto da empresa por outro mais avançado. A canibalização é intencional e mais tarde ou mais cedo o produto mais antigo irá desaparecer, ou sobreviver num mercado mais baixo ao nível de preço, com ou sem recurso a estratégias promocionais.Estratégias de Desenvolvimento Global: O uso desta estratégia permite além da conquista de quota à concorrência, as empresas aumentarem as suas vendas provocando o crescimento da procura global, criando novos consumidores ou incitando os clientes actuais a comprar mais, consumir mais ou de forma diferente. Assim, podemos falar de estratégia extensiva, utilizada em novos mercados (aqueles que vão crescer ou se encontram em crescimento elevado) onde quem mais investe é quem mais capitalizará em quota e sobretudo em posição no mercado ou em mercados bloqueados (a procura não aumenta ou só sofre flutuações em contexto promocional/novidade/inovação..., mas apresenta potencial de negócio ainda assim) onde quem mais tiver acções que desperte a atenção e desejo do consumidor mais hipóteses tem de aumentar o MS, e estratégia intensiva que tem como objectivo aumentar a procura dos actuais clientes de várias formas: aumentando as quantidades consumidas nas utilizações, aumentando a frequência de compra e utilização, sugerindo novas formas de utilização, fazendo aumentar a frequência de renovação, alargar o período de consumo e/ou de compra.
Estratégias de Fidelização: tem como objectivo principal a fidelização dos consumidores existentes. Podem pretender reforçar a imagem da marca, impedir o seu envelhecimento e manter (ou aumentar) a sua notoriedade.
Estratégias de Influência Cognitiva ou Comunicação Institucional: tem como objectivo criar goodwill, valorização ou uma imagem global favorável, seja para a marca organização, seja para a marca de produto/serviço, favorecendo assim a inserção da mesma no contexto social e criando atitudes positivas face à marca. Incluem-se aqui campanhas institucionais de organizações, campanhas de responsabilidade social de produtos ou empresas, campanhas de criação de reputação. É um tipo de estratégia que se socorre muitas vezes de outras técnicas de comunicação que não só a Publicidade.


Do Blog Evolution

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Nascer, morrer, renascer


Se pensarmos em quando estávamos dentro do ventre materno, envoltos e embebidos por um líquido que nos alimentava e nos bastava e um cordão umbilical que nos abastecia do oxigênio necessário para o desenvolvimento e manutenção de nossas funções vitais, podemos comparar este período de nove meses com algumas fases de nossas vidas. Muitas verdades absolutas nos são enfiadas ‘goela abaixo’, formando nosso conjunto de realidades indiscutíveis. Paradigmas intransponíveis. O nosso meio, que é, ao mesmo tempo, nosso fator limitante, nos ensina que tentar algo novo, fugir do lugar comum, pode ser perigoso. Aliás, sempre foi assim, não há de ser diferente agora...Precisamos aceitar que nossa vida, tal como é vivida, tem que chegar ao fim o quanto antes. Temos que compreender que, para se construir um prédio, temos que limpar o terreno. Temos que remover os conceitos antigos e pensarmos ‘fora da caixa’. Devemos buscar a morte, ah, sim!Não uma última morte. Nada disso! Mas, sim, uma morte que se assemelha a uma metamorfose da alma. Para renascermos, precisamos nos desligar da vida que vivemos. Precisamos abdicar dos benefícios e das muletas morais nas quais vivemos nos apoiando.Seria o mesmo que acontece com o bebê no ventre da mãe? Quando ele se sente preparado para deixar aquela vida confortável, morna, dependente, para assumir os riscos de atravessar o canal do futuro. De sair à força de um mundo ao outro, para, novamente, nascer. Nascer para uma nova vida em um novo ambiente.Tal como fizemos quando bebês, quando decidirmos nascer, a coragem e a força nos serão dadas para conseguirmos tirar todo o líquido amniótico daquela vida anterior. Vomitar tudo que nos colocaram dentro por tanto tempo, mesmo que nos tenham sido úteis, mesmo que nos tenham alimentado, mesmo que nos tenham sustentado. Uma forte tosse, um vômito, lágrimas e soluços que se alternam e abrem caminho para que o ar invada nossos pulmões e abasteça nossa nova vida e traga uma nova esperança à nossa alma.É doloroso. Machuca. Fere. Quanto maior a resistência pelo novo, maior a dor. Se não pode haver nova vida sem um nascimento e não pode haver nascimento sem uma morte, não poderá haver morte sem dor para aquele que associa sofrimento a ela.Devemos, sim, buscar o aprendizado permanente, fruto de todas estas contínuas transformações.Como não há ninguém sábio demais que não tenha algo a aprender, nem ignorante demais que não tenha nada a ensinar, em nossas muitas vidas, podemos ser os mestres e aprendizes da arte de viver. Eternos buscadores da perfeição.Enquanto mestres, devemos saber a hora certa de conduzir o aprendiz pelas mãos, a hora de exigir, a hora de abandonar. O grande ensinamento pode estar em ouvir nossos seguidores e deixá-los ao comando da sua própria maestria.Ensinar que precisamos morrer para podermos nascer novamente.Ensinar que temos que fracassar para alcançarmos o sucesso.Ensinar que, depois que tudo terminar, ainda assim, teremos muito tempo pela frente.Muito tempo para nascer, morrer e renascer... várias vezes.

O escritor Marcello Pepe trabalhou por muitos anos para o jornalismo brasileiro nos Estados Unidos, onde pôde editar, redigir e diagramar vários periódicos brasileiros. Lançou em 1997 o premiado PlanetaFax, sendo o primeiro informativo diário em português nos EUA.
O conteúdo veiculado nas colunas é de responsabilidade de seus autores.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A viagem de Lorca em busca de sua identidade perdida


No roteiro de Viaje a La Luna revelam-se obsessões sexuais do poeta,

que responde com um filme à zombaria de Buñuel


Havia mais coisas entre o pintor Salvador Dalí e o poeta Federico García Lorca do que sonhava a vã filosofia dos mexeriqueiros. Não propriamente um caso amoroso, como esses insistem, mas uma ligação surrealista que levou os dois, no mesmo ano, a trocar o pincel e a caneta pelo cinema. Em 1929, Dalí (1904-1989) lançou com Luís Buñuel (1900-1983) o filme experimental surrealista O Cão Andaluz (Un Chien Andalou). García Lorca (1898-1936), amigo íntimo e colega de escola dos dois, sentindo-se excluído do triângulo, viajou para Nova York após passar por Paris quando o filme estreou, no dia 6 de junho daquele ano. Não há documento que comprove ter Lorca visto o filme dos amigos, mas sabe-se que ficou consternado com o título. "El perro andaluz soy yo" (O cão andaluz sou eu"), teria dito o poeta, enlouquecido com a menção aos tempos em que os três viveram juntos na Residência dos Estudantes de Madri (entre 1919 e 1925). Em tempo: ?perro andaluz? era uma ofensa gravíssima aos estudantes meridionais que moravam na capital espanhola. Lorca não tardou em dar a resposta. Já instalado em Nova York , escreveu o roteiro de um filme, também surrealista, La Viaje a la Luna, com o pintor mexicano Emilio Amero (1901-1976). É essa obra rara que a editora Perspectiva lança no dia16, na Livraria da Vila da Casa do Saber.Viaje a la Luna: Uma Biografia em Projeção (216 págs., R$ 36), do professor Reto Melchior, é mais que uma simples interpretação desse roteiro que ficou perdido por anos após a morte de Lorca, até ser filmado em 1998 pelo pintor cineasta catalão Federic Amat e exibido há alguns anos pelo Itaú Cultural. Melchior, que ensina cinema na Suíça, viu o média-metragem lá e sua primeira impressão foi a de que havia entrado na sala errada, ao topar com a primeira imagem do filme, a de uma cama da qual saem números, enquanto um menino chora e aparece na tela um letreiro com as palavras "Socorro, socorro, socorro". Aos poucos, porém, as figuras mais conhecidas do repertório poético de Lorca vão surgindo, ocupando os 19 minutos do filme com mulheres enlutadas, um arlequim, um violão com as cordas cortadas e um jovem efebo desfilando sua nudez até desaparecer numa rua noturna.Não tem muito a ver com uma viagem à lua, mas tampouco Un Chien Andalou tem a ver com cães andaluzes. Em síntese: parece apenas uma obra surrealista em que imagens oníricas surgem autônomas como num sonho. Ou num pesadelo. 1929 foi um ano pesado para Lorca - e isso tem pouco a ver com o crack da Bolsa de Nova York e mais pelo fato de Dalí ter conhecido sua futura mulher Gala e Buñuel ter tornado pública a homossexualidade do poeta, além de arrasar, numa carta ao escritor José Bello, o livro mais popular de Lorca, o Romancero Gitano (de 1928) - uma obra, segundo ele, para agradar aos "poetas bichas" de Andaluzia.Buñuel foi cruel, mas deu um jeito de corrigir a injustiça ao escrever a autobiografia Meu Último Suspiro, em que define Lorca de forma um tanto suspeita para um homófobo: "Federico tinha uma atração, um magnetismo ao qual ninguém podia resistir..." Lorca não viveu para testemunhar a retratação. Morreu em 1936, aos 38 anos, no começo da Guerra Civil Espanhola, pelos fascistas que levaram Franco ao poder. De qualquer modo, seu roteiro Viaje a La Luna responde às provocações de Un Chien Andalou apropriando-se do imaginário de Dalí e Buñuel. Se Lorca não viu o filme, devia estar bem informado. Uma da cenas de Viaje a la Luna mostra uma procissão de formigas sobre um lençol, enquanto no filme da dupla Dalí/Buñuel, os mesmos insetos saem sem parar de uma onanista mão furada. Também sobre um lençol, um casal deita ao lado de um morto, no qual pintam um bigode igualzinho ao de Dalí. Freud explica. Ou deveria explicar.Por que Lorca pensava no filme de Buñuel e Dalí em Nova York? O autor do livro, Reto Melchior, arrisca um palpite. Até 1929, o poeta andaluz nunca tinha saído da Espanha e, embora não se sentisse particularmente atraído pela cultura norte-americana, era a sua maneira de empreender uma "viagem à Lua" enquanto seus amigos tentavam conquistar Paris. Lorca, ao menos, seria aplaudido como o "poeta em Nova York", distanciando-se da própria produção artística espanhola em busca de sua identidade sexual. Anônimo numa metrópole e em contato com novas estéticas, Lorca estava livre para explorar um de seus temas mais caros, a androginia. O resultado, para quem se interessar, está no livro. Ou no YouTube, que exibe excertos do filme catalão de Federic Amat.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A Propaganda de Jesus Cristo.





Muitas pessoas já me escreveram dizendo que não entende por que Jesus agiu como agiu, ao invés de fazer como César ou Alexandre, o Grande. Deveria ter se tornado famoso e ter aproveitado o máximo, ou fazer igual muitos Pregadores fazem hoje, posar em revistas, jornais, aparecer na Tv. etc... A tantos quantos pensam a mesma coisa, digo o seguinte: Jesus veio para salvar o mundo, e, contudo, não fez nada igual aos que se oferecem como salvadores dos homens. Já se disse demais que Ele não escreveu sequer um livro, não erigiu um pilar, por mais fajuto que fosse; não mudou para Roma e nem para Atenas ou mesmo para Jerusalém; não aceitou a oferta dos gregos de ir viver entre eles; não buscou impressionar os filósofos gregos ou os senadores romanos; e nem tampouco sistematizou um ensino para ser decorado ou aprendido; e, para completar a serie de "insensatezes", ainda escolheu andar com gente que não formava opinião, não era conhecida, não tinha berço, e não agia no meio político ou religioso. Ele fez como o Pai: Do que estava sem forma e vazio Ele iniciou o reino! Além disso, Ele não gerou filhos e nem deixou herdeiros carnais de nada. Não criou amuletos com pedaços de suas roupas ou utensílios de uso pessoal [toda essa história de Graal e relíquias santas é paganismo comercial brabo feito em nome de Jesus], não "marcou lugares santos" e nem estabeleceu "peregrinações sagradas", como ir à Jerusalém, à Cafarnaum, e muito menos a qualquer outro lugar santo ou "Meca". Também não inventou "uma parte profunda" de Seu ensino apenas reservado aos Entendidos e Autoridades. Não venerou nada. Não se vinculou à coisa alguma, nem mesmo ao Templo de Jerusalém, ao qual derrubou com palavras proféticas. Chocante também é o fato Dele não se poupar em nada. Cansado, então cansado. Com sede, então com sede. Ameaçado, então cauteloso. Descrido, então muda de lugar. Amado, mostra amor, mas não fica seqüestrado pelo amor de ninguém. Desperdiça oportunidades de ouro. Joga fora o que ninguém jogava. Insurge-se contra aquilo que ninguém se levantava em oposição. Provoca a morte com vida até ressuscitar. Ressuscitar. Sim! Mas para quê ? Se as testemunhas não eram criveis. Até óvnis têm testemunhos mais criveis do ponto de vista do que se julga um testemunho respeitável. E além de tudo Ele só aparece para quem crê, e não faz nenhuma aparição ante seus inimigos, no Sinédrio de Jerusalém, por exemplo. Até para ressuscitar Ele trabalha contra Ele mesmo, do ponto de vista de "estratégia de ressurreição". Sim! Jesus não fez nada concreto. Tudo Nele era abstrato, até quando era concreto. Tudo tinha que ser apreendido com o coração, e não apenas aprendido com a mente. Um dia depois do milagre da multiplicação de pães e peixes, todo o resultado do milagre já havia sido digerido e evacuado. Ninguém foi por Ele instruído a guardar amostra dos pães e peixes, nem tampouco pediu Ele que se guardasse um tonel de vinho de Cana. Jesus era do tipo que jamais chegaria à Betânia e diria: "Foi aqui que ressuscitei Lázaro!" Sim! Ele não tem histórias de Si mesmo para contar. O presente é a História para Jesus. Suas histórias não são passadas, são todas presentes. Suas histórias são as Suas palavras de vida e poder enquanto... Ora, eu poderia ficar escrevendo aqui para sempre sobre o assunto, no entanto, o que me interessa é apenas afirmar que assim como Jesus tratou a vida e a História, do mesmo modo Ele espera que nós o façamos, até quando estivermos exaltando o Seu nome ou pregando a Sua Palavra; e, sobretudo, no vivendo da vida. Ou quem nos fez pensar que Jesus era assim apenas porque Ele tinha que ser assim? - Mas que nós, que não somos Ele [e que temos a tarefa de propagandeá-LO na terra], temos permissão para tratarmos Jesus em relação ao mundo de um modo diferente do que Ele tratou a Si mesmo? Sim! Quem nos convenceu de tal loucura? O modo de vivermos e pregarmos o nome de Jesus no mundo é exatamente o mesmo com o qual Ele tratou a Si mesmo na experiência humana de Seu existir entre nós. "Meu reino não é deste mundo!" Afinal, quem é César? Quem é Alexandre? Você deve a vida a qualquer um dos dois ? Em que César ou Alexandre ajudam a sua vida hoje ? Ou o que o rei Roberto Carlos vai fazer por você ? Quem é Elvis Presley ? quem pode lhe dar salvação ? Assim, pergunto: Você aceita desistir do que erro no qual foi criado na religião e passar a viver com os modos e motivações de Jesus ? Vida simples e sem fama ? Vamos ... ????


Enviado por Jeferson e Dayane para o Grupo Jerusalém;Qua, 28 de Jan de 2009http://br.groups.yahoo.com/group/grupo_jerusalem/