quarta-feira, 13 de maio de 2009


Publicação de artigos

ONTEM & HOJE

O hábito de escrever revela a necessidade do autor de dar a sua contribuição à comunidade, pondo à disposição dos demais suas experiências e pensamentos, sugerindo considerações críticas sobre os fatos ou propondo ações pertinentes. Quer sejam composições profissionais ou redações espontâneas, todas elas têm essa mesma raiz.
Aqueles que querem se manifestar por escrito sempre encontram um caminho até o seu público. Quando eu tinha 14 anos (em 1943), alguns colegas de estudo e eu resolvemos editar os nossos trabalhos de classe e criamos uma publicação interna do Ginásio Anchieta, de Pederneiras, SP. Chamava-se O Anchieta. Era datilografado por nós e rodado num mimeógrafo. Depois disso, colaborei com jornais do interior, das cidades onde morei e das mais próximas. Os artigos eram manuscritos ou datilografados, e entregues aos jornais pessoalmente ou pelo correio. Seus redatores tinham o costume de ler o original "penteando" o texto, isto é, fazendo pequenas correções ou alterando a pontuação sem necessidade. Eu não gostava disso, mas só podia ver as modificações quando lia o jornal. Só em Lençóis Paulista, o tipógrafo que fazia a chapa para imprimir, compondo tipo por tipo manualmente, apresentava uma "prova" para o autor corrigir, antes de rodar o jornal, O Eco.
Quando fui para o Rio de Janeiro, em 1960, parei um pouco com as crônicas e comecei a escrever sobre contabilidade e administração. Sabia que a literatura da minha profissão era maçante. Ninguém compra um livro de contabilidade para leitura, senão para consultar eventualmente pontos de seu interesse. O mesmo se poderia dizer sobre os livros de criminologia. Só os estudantes da matéria os compram e digerem por obrigação de seus cursos.
Verdadeiras revoluções interiores
Contudo, ao ler um conto policial, nos distraímos e concentramos no enredo, curiosos de ver como o detetive decifra os mistérios do crime. É como receber uma aula do próprio Sherlock Holmes prazerosamente. Então pensei: por que não podemos fazer o mesmo com contabilidade e administração? Redigir textos úteis, sem pretensões técnicas ou didáticas, de fácil leitura, pondo os assuntos de forma um pouco mais atraente e tolerável ao leitor? Fiz alguns ensaios desse tipo: artigos como, por exemplo, "Olhos para não ver" e "Cara & Coroa", publicados no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.
Aliás, quaisquer considerações decorrentes da experiência ou da inspiração servem para escrever. Os temas profissionais, situações de ensino ou trabalho, permitem repassar aos outros as coisas que aprendemos. Todos os escritos destinam-se a tornar úteis aos demais as nossas idéias, se houver interesse, ou a propor o indispensável debate que fortalece e aperfeiçoa o conhecimento. Ainda quando destinados apenas a entretenimento, eles podem ter alguma relevância.
Humoristas e autores que utilizam o senso de humor, a poesia e as crônicas, constituem a fina flor da comunicação escrita, falada ou dramatizada porque atingem, através da emoção, os recantos mais escondidos da mente e da consciência, produzindo verdadeiras revoluções interiores em cada um de nós. Infelizmente, não sei fazer essas coisas, que tanto admiro.
Vantagens da informática
Com o advento da internet, os jornais passaram a rejeitar trabalhos manuscritos ou datilografados, que teriam que digitar. Passaram a exigir a remessa dos originais por correio eletrônico. Além de trazer a vantagem do computador sobre a velha máquina de escrever, o sistema ainda reduziu quase totalmente a interferência dos jornalistas nas composições. Como há, agora, ainda mais colaboradores escrevendo, eles não têm tempo para "pentear" os artigos. Acabaram as surpresas do autor ao ler o texto impresso! Vieram também os jornais eletrônicos, mais cômodos, embora eu prefira os de papel.
Outra vantagem da informática é a facilidade com que podemos guardar cópias dos trabalhos escritos. Basta abrir uma "pasta" nova no computador e ir juntando nela tudo o que escrevemos. Antes, era necessário colecionar os recortes dos jornais, colocando-os em algum lugar acessível, como uma gaveta, por exemplo. Como o passar do tempo, eles se estragavam ou se perdiam, exigindo certo trabalho de conservação dos arquivos para o qual não tenho nenhuma inclinação.
Diz-se, acertadamente, que três mudanças correspondem a um incêndio! Ora, imaginem o que pode restar depois de cinco mudanças...
Por João Serralvo, do Observatório da Imprensa, direto para o Mensageiro da Realidade.

Afinal, a gripe é suína ou porcina?

MÍDIA & SAÚDE
Diverticulite, linfoma e gripe suína

A mídia precisa tomar decisões em cima da hora e é compreensível que algumas coisas não saiam perfeitas. A seu favor, tem paradoxalmente a própria rapidez do processo. No dia seguinte pode corrigir a informação imperfeita. Na internet, a versão eletrônica pode ser arrumada no minuto seguinte àquele em que o erro foi cometido.
Um dos maiores atrapalhos ocorre na tentativa de simplificar a linguagem científica. O nome das doenças está neste caso.
A diverticulite de Tancredo Neves, o linfoma da ministra Dilma Rousseff e a gripe suína ou porcina estão neste caso: o nome das coisas. Afinal, no princípio era o verbo, e no meio e no fim também será.
Deuses para tudo
Porcina e linfoma chegaram ao português (escrito) na segunda metade do século 19. Mas as palavras "porco" e "porca", substantivos que deram origem aos adjetivos "porcino" e " porcina", aportaram no primeiro século do segundo milênio, quando, vinda do tronco latino, brotava a língua portuguesa, seguindo caminho semelhante àqueles tomados pela espanhola, pela italiana, pela francesa, enfim pelas neolatinas – o que levou o poeta Olavo Bilac, em famoso poema, defini-la como "última flor do Lácio, inculta e bela". Talvez não tenha sido a última, mas deixemos pra lá.
"Porco", e "porca", "porcino" e "porcina", "suíno" e "suína" estão registrados pelo dicionário de Antonio de Moraes Silva, um dos primeiros da língua portuguesa, mas os dois últimos são os mais antigos. Seu primeiro registro é de 1648. É provável contudo que, como substantivos, designando o porco e a porca, estivessem na fala bem antes, pois as pesquisas somente rastreiam os documentos.
Das doenças cuidam os médicos e também os jornalistas, que precisam bem informar o distinto público, conciliando precisão e simplicidade, o que nem sempre é possível.
A etimologia oferece a clara luz, mas ela anda esquecida de escolas e universidades, sendo raros os que pesquisam nesta área. O étimo latino de "médico" radica-se na raiz indo-européia "med", contemplar, pensar, refletir, e tem o sentido de intermediário. Primeiramente, nos albores da medicina, quando a arte médica era ainda feitiçaria (acho que ainda é, em muitos casos), o médico invocava deuses e deusas da saúde. Como se sabe, os antigos gregos e romanos tinham deuses para tudo. Em resumo, fosse feiticeiro ou pajé, o médico recorria a forças sobrenaturais. Era quando errava menos. Não esquecia nenhum instrumento cirúrgico dentro da barriga do paciente nem receitava remédios que pioravam seu estado de saúde.
Saúde perfeita
Mas, para os gregos, a denominação era outra. O medicus na Grécia antiga, ao tempo de Hipócrates (entre os séculos 5 e 4 antes de Cristo), era iatros, étimo que ainda está presente em pediatria, psiquiatria, geriatria etc. O iatros passou a ser chamado de klinikós por Galeno (século 2 depois de Cristo) porque, não havendo hospital, o iatros tratava dos doentes em suas próprias casas e eles eram atendidos no leito, kline em grego. Kliniké, clínica, indicando a arte e a técnica de curar, mas que hoje designa de hospital a casa de massagem, tem o mesmo étimo de inclinar, pois aludia ao profissional, klinikós, que se inclina sobre o leito para tratar do doente.
Iatros veio ao latim como sufixo e prefixo e está presente, por exemplo, no livro do belga Ivan Illitch (não sei por que razão é tão pouco lido) sobre iatrogênese, intitulado Nêmesis da Medicina, que trata das doenças que a pessoa contrai nos hospitais. Ali a pessoa é curada da doença que a levou a internar-se, mas volta com muitas outras, esta é a tese dele, demonstrada com as infecções hospitalares, por exemplo.
Na Idade Média, quando as pesquisas sobre a natureza das doenças avançaram, o médico foi chamado physikós em grego – physicus em latim. O étimo, aliás, está presente no inglês atual, pois médico é physician, variante para doctor, medic e practitioner. Há até um bom romance de Noah Gordon, intitulado The Physician, que no Brasil saiu com o título equivocado de O Físico,com o subtítulo "epopéia de um médico medieval".
Uma última curiosidade sobre o tema. Era médico o evangelista São Lucas, que narra um Jesus sempre em perfeita saúde, sem doença alguma, mas ele e todos os evangelistas aludem às doenças curadas por meio de milagres. O tema da cura milagrosa está na mídia todos os dias, não mais do nascer do sol ao poente, mas dia e noite, e sobretudo nas madrugadas.
Deonísio da Silva, do Observatório da Imprensa direto para o Mensageiro da Realidade: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=536FDS001

INFLUENZA A (H1N1): ENTENDA

Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória causada pelo vírus A. Devido a mutações no vírus e transmissão de pessoa a pessoa, principalmente por meio de tosse, espirro ou de secreções respiratórias de pessoas infectadas, o Ministério da Saúde traz um série de recomendações.
A ) Aos viajantes que se destinam às áreas afetadas:
• Usar máscaras cirúrgicas descartáveis durante toda a permanência em áreas afetadas.Substituir as máscaras sempre que necessário.
• Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.• Evitar locais com aglomeração de pessoas.
• Evitar o contato direto com pessoas doentes.
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
• Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar.• Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentese roteiro de viagens recentes às áreas afetadas.
• Não usar medicamentos sem orientação médica.B ) Aos viajantes procedentes de áreas afetadas:Viajantes procedentes, nos últimos 10 dias, de áreas com casos confirmados de influenza A (H1N1)em humanos e que apresentem febre alta repentina, superior a 38ºC, acompanhada de tossee/ou dores de cabeça, musculares e nas articulações, devem:
• Procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima.
• Informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem.Para informações adicionais sobre medidas preventivas estabelecidas pelas autoridades de saúde das áreas afetadas.

acesse:INFLUENZA A (H1N1)Outras informações:Organização Pan-americana de Saúde (em espanhol) http://new.paho.org/hq/index.php?lang=es
Organização Mundial da Saúde: (em inglês)http://www.who.int/csr/disease/swineflu/en/index.html

Do portal do Ministério da Saúde: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=31249&janela=1
direto para o Mensageiro da Realidade.