sexta-feira, 12 de junho de 2009

Paixão bilionária

Consultoria avalia impacto da Copa de 2014 no PIB brasileiro
Evento também se mostra grande em proporções econômicas, gerando lucros e desenvolvimento interno

SÃO PAULO - "Mais que um evento esportivo, a Copa do Mundo é um evento econômico", esta foi a frase utilizada pelos economistas da Pezco PesquisaConsultoria para abrir seu relatório que revela, em números, as vantagens de sediar um evento de tamanha dimensão.
Não é por acaso que a cada quatro anos vemos uma lista de países se candidatando para serem sede da próxima Copa do Mundo. Mais do que poder ter os melhores jogadores atuando em campos nacionais, o evento proporciona ao país-sede uma oportunidade de realização de lucros associada ao desenvolvimento interno. Sendo assim, em que o Brasil deverá sair ganhando na Copa de 2014?
Segundo os economistas, existem dois vieses para responder a esta questão, ambos são utilizados para se ter uma ideia do PIB (Produto Interno Bruto) que é gerado em um evento de grandes dimensões como a Copa.
Lado bom e ruim do evento
A primeira forma, mais otimista, pode ser calculada através da multiplicação dos valores esperados para o número de visitantes, da permanência de cada um em cada local e do seu gasto médio. Fazendo este cálculo seria possível chegar ao montante que equivale ao impacto econômico direto no País, entretanto, há também que se fazer uma avaliação dos impactos indiretos, usando procedimentos relativamente mais complexos, como a matriz de insumo-produto, ou métodos de equilíbrio geral computável.
Mesmo sendo uma conta que demonstra resultados muito próximos à realidade, os economistas ressaltam que devem ser considerados também os benefícios intangíveis, de mensuração mais complicada. Logo, também há uma outra possibilidade de se chegar aos números, que considera os fatos de forma retrospectiva, permitindo uma avaliação mais realista, portanto, um tanto mais pessimista frente ao viés anterior.
Nesta forma, deve-se avaliar minuciosamente detalhes do fluxo de dinheiro que chega ao País com o evento. Por exemplo, parte dos recursos gastos na Copa é deslocada de outros setores econômicos ou beneficiam outras nações, como no caso de licenças e importações.
Números
Falando em números, os economistas calcularam os valores baseados nos dois cenários, o mais otimista e o mais pessimista, e chegaram a duas cifras pouco diferentes, porém, bastante expressivas.
No primeiro cenário, considerando a multiplicação dos valores e quantidades estimados, obteve-se o montante de R$ 373,69 bilhões para o PIB mensal de julho de 2014. Para o ano, a estimativa chega a R$ 4,605 trilhões.
No segundo, por sua vez, a cifra alcançou os R$ 347,01 bilhões para julho e R$ 4,277 trilhões para 2014, levando-se em conta a análise detalhada dos impactos indiretos na economia brasileira.
A consultoria destaca ainda que o cálculo dos pesos sazonais que embasou a projeção do PIB mensal de julho de 2014 foi realizado no software SAS, pelo pesquisador Mario Antonio Margarido.
Como gastar?
Segundo a Pezco, os resultados tendem a ser menos espetaculares quando calculados de acordo com a segunda forma de análise. Isso indicaria que muitas vezes, o otimismo inicial acaba não sendo traduzido nos resultados esperados. Sendo assim, os benefícios que um evento como a Copa do Mundo podem trazer ao Brasil são inúmeros, mas caberá ao País saber como utilizar corretamente as cifras bilionárias que serão geradas em 2014.
"Por isto, é preciso encarar com realismo os benefícios da Copa, para que estes não sepercam em projetos superestimados. Desta forma, o Brasil poderá ganhar muito coma Copa. Restará torcer, apaixonadamente, para que, além disto, o Brasil tambémganhe a Copa. Em casa.", concluíram os economistas.


InfoMoney
11 junho 2009