quinta-feira, 8 de abril de 2010

Não Perca a Batalha da Fé

E, quando se aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e alguns escribas que disputavam com eles. E logo toda a multidão, vendo-o, ficou espantada e, correndo para ele, o saudaram. E perguntou aos escribas: Que é que discutis com eles? E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo; E este, onde quer que o apanha, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. E ele, respondendo-lhes, disse: O geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo. E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, escumando.

E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância. E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos. E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade. E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele. E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou. (Marcos 9.14-27)

Jesus acabara de descer do monte com Pedro Tiago e João, onde havia se transfigurado diante deles. Ao aproximarem-se dos outros discípulos, viram uma grande multidão. Um homem, dentre a multidão, havia trazido o seu filho possesso de um espirito maligno. A descrição daquele pai aflito era lacônica: “o espírito maligno onde quer que o apanha, lança-o por terra e ele espuma, rilha os dentes e vai definhando”.

A primeira declaração do Senhor Jesus depois desse relato é: Ó geração incrédula! Aquela, de fato, era uma geração incrédula. O pai do menino e os discípulos. Assim como naquela época, vivemos hoje no meio de uma geração incrédula e perversa. A incredulidade, expressa na falta de fé, seria, nos

últimos tempos, um problema tão sério, que o Senhor Jesus certa vez exclamou: “quando o Filho do homem vier, porventura achará fé na terra”?

A incredulidade foi a causa de uma geração inteira morrer no deserto e não entrar na terra prometida. Dos quase três milhões de pessoas que saíram da escravidão do Egito com Moisés, dos que tinham vinte anos para cima, nenhum deles entrou na terra, exceto Josué e Calebe. O relato de Hebreus 3.19, afirma que eles não puderam entrar por causa da incredulidade. A incredulidade nos impede de conquistar as promessas. Existem mais de oito mil promessas nas Escrituras, mas que para o incrédulo não passam de uma ficção.

A incredulidade impediu Jesus de fazer muitos milagres em Nazaré, a cidade para onde Jesus se mudou com a sua família e viveu a sua infância e juventude. Segundo a descrição de Mateus 13.58, os nazarenos não acreditaram que o filho do carpinteiro e de Maria, e irmão de Tiago, e José, e Simão, e Judas havia sido ungido com o Espírito Santo e com poder para curar os enfermos, levantar os paralíticos e dar vista aos cegos.

A incredulidade é uma iniquidade que pode afetar gerações. Quando o menino é trazido diante de Jesus, o espirito imundo o agita com violência e o lança por terra escumando. Ele teve uma convulsão, um ataque epiléptico. É terrível só imaginar a cena de alguém babando, espumando pela boca, se debatendo com violência. Entretanto, inexplicavelmente, Jesus não se apressa em socorre-lo. Ele primeiro se dirige ao pai e faz uma pergunta: “quanto tempo há que lhe sucede isso”? ao que o pai responde: “desde a infância”.

É na infância que a maioria dos nossos traumas acontece. É na infância que a ausência de amor, aceitação e aprovação provocam uma ferida de rejeição que se não for ministrada pelo Espírito Santo, poderá nos acompanhar pelo resto das nossas vidas trazendo muita dor e sofrimento. É na infância que os abusos sexuais, físicos e psicológicos mais acontecem e marcam a nossa personalidade, abrindo portas espirituais pelas quais espíritos imundos podem entrar.

Jesus sabia que aquele menino havia sido atingido por um espírito de incredulidade. Mas por que Jesus não o expulsa logo de uma vez? Porque ele precisava tratar primeiro a causa, a origem, a porta de entrada. É notório que o pai tem algum discernimento. Segundo a descrição do verso 17, o pai afirma que o menino esta possesso de um espírito mudo. No entanto, mesmo diante de Jesus ele ainda revela incredulidade quando diz: “se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos”. Jesus olha pra ele e replica: “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê”. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: “Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade”.

Jesus não repreendeu o espirito maligno do menino até que o pai reconheceu o seu pecado. Aqui esta a chave. Somente depois que o pai confessa a sua incredulidade, ele confessa uma iniquidade que afetava toda uma geração. Somente depois que reconhecemos o nosso pecado de incredulidade podemos ser curados. Jesus levou o pai do menino a reconhecer que ele tinha um problema de incredulidade. Provavelmente muitas coisas ainda não aconteceram em nossas vidas por causa de iniquidades que precisam ser confessadas.

A Bíblia diz que a fé vem pelo ouvir e ouvir pela palavra de Deus, Romanos 10.17. Tanto o pai quando o filho carregavam uma iniquidade geracional chamada incredulidade. No verso 25, Jesus diz: “espirito mudo e surdo, eu te ordeno: sai dele e nunca mais entres nele”. O espírito maligno que estava nele não era somente mudo, como pensava o pai, mas também surdo. A surdez espiritual impede que ouçamos a palavra de Deus. Sem poder ouvir a palavra não podemos ter fé, e sem fé é impossível agradar a Deus. Não podemos ser salvos. A Bíblia diz “quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz à igreja”.

Quando nós reconhecemos que precisamos de ajuda, Jesus vem em nosso socorro. O pai do menino precisava reconhecer que ele precisava de ajuda. Quando ele declarou que precisava de ajuda, Jesus operou o milagre. Há muitas pessoas sofrendo há muito tempo, alguns desde a infância, com enfermidades, feridas de rejeição, limitações e aprisionamentos, vivendo em incredulidade e falta de fé. A boa notícia, no entanto, é que todo pecado e toda estrutura de iniquidade pode ser removida no poder que há no nome de Jesus. Basta uma oração sincera e ele virá em nosso socorro. Voce pode orar agora mesmo dizendo: “Senhor Jesus, eu preciso de ajuda, ajuda-me na minha falta de fé”. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (iniquidade)” 1 João 1.9.

Quando Jesus nos liberta, verdadeiramente somos livres!