sexta-feira, 26 de junho de 2009

Em sua última noite de vida, Michael Jackson cantou e dançou

Cantor estava atrasado e 'apático' no ensaio para os shows de Londres; astro morreu após parada cardíaca.

Michael Jackson faria 50 shows a partir de julho.

Em sua última noite de vida, Michael Jackson estava cantando e dançando, informa o site de celebridades TMZ. O cantor, que ensaiava para a série de 50 shows que faria a partir de julho, chegou ao ginásio de Los Angeles com três horas de atraso e parecia "apático", mas isso era normal, segundo pessoas envolvidas nos ensaios citadas pelo TMZ.
O porta-voz do Instituto Médico Legal de Los Angeles, tenente Fred Corral, confirmou nesta quinta-feira, 25, a morte de Jackson. Ele disse à rede de televisão CNN que o astro foi declarado morto por volta das 14h26 (horário local, 18h26 em Brasília) e que não respondeu às tentativas de ressuscitação realizadas pela equipe de resgate. Meios de comunicação informaram que o popstar sofreu uma parada cardíaca.
Corral disse que não poderia confirmar a causa da morte até que a autópsia seja realizada.

Quando Michael Jackson era negro

Chega ao País a edição comemorativa de 25 anos de ‘Thriller’, o álbum mais vendido na história.


Oito Grammys, o mesmo número de American Music Awards, três prêmios da MTV, 104 milhões de cópias vendidas, além de ter sete de suas faixas incluídas no Top 100 da Billboard. Há 25 anos, este era o cenário que Thriller, de Michal Jackson, começava a desenhar.

O álbum que marcou toda uma geração e que caminhou lado a lado com a MTV - que havia acabado de nascer na época - deixou marcado para sempre suas nove faixas produzidas pelo mago Quincy Jones. Músicas como Beat It, Billie Jean e a faixa-título derrubaram preconceitos e fizeram brancos, negros, amarelos e pardos dançarem ao mesmo ritmo.

Tanto nos Estados Unidos, como no resto do mundo, os holofotes novamente recaíam para a música negra, que havia tido o seu último respiro no início da década de 1970, com os monstros da Motown. O ‘estrago’ feito por Thriller não só podia ser escutado nas rádios americanas como serviu de alicerce para um novo canal que iniciava sua trajetória.

A MTV surgiu tendo Michael Jackson como seu rei. “Eles sempre me disseram que se não fosse por mim, a MTV não existiria”, disse Jackson à revista Ebony, que o estampa na capa em sua edição de dezembro de 2007.

Para a nova edição comemorativa que chega ao Brasil, seis faixas bônus foram adicionadas aos conhecidos clássicos lançados no inverno norte-americano de 1982 - Thriller foi lançado em dezembro daquele ano. The Girl is Mine 2008 tem participação de will. i. am, líder e produtor do Black Eyed Peas, e que trabalha desde o início de 2007 com Jackson na confecção de um inédito trabalho com o músico. A música ganha novo arranjo, aceleração e se transforma em um mutante recheado de batucadas. Em vez da voz de Paul McCartney, é a voz de will que se ouve durante toda sua execução.

O mesmo will.i.am. remixa P.Y.T. (Pretty Young Thing), outra faixa que ficava sempre na reserva entre as mais tocadas. Aliás, adquirir esta nova edição remasterizada é uma ótima oportunidade para se escutar o disco como um todo. Na época, Michael e seus hits poderosos pouco deixavam espaço para o restante do álbum que, como um todo, é fiel à excelência de sua fama.

Wanna Be Startin’ Something 2008, música que abre o disco originalmente, ganha versão melosa e sincopada do cantor Akon. Já o clássico Beat It é repaginado na voz de Fergie (Black Eyed Peas), que divide os compassos e versos com o próprio Jacko. Versão acelerada e diversão garantida.

Outro clássico do álbum, Billie Jean, ganha verniz de Kanye West, outro que participa da nova fase de Jackson, que promete lançar seu novo disco ainda este ano. A canção ganha nova atmosfera do gênio dos recortes e remixes.

Há ainda um DVD com os clipes que fizeram a imagem de Jackson se espalhar por todo o universo - incluindo o de Thriller, dirigido por John Landis (Um Lobisomem Americano em Londres). O vídeo custou U$ 800 mil. Foi em uma apresentação de Jackson no aniversário da Motown que o público viu pela primeira vez o passo chamado Moonwalk, onde arrasta os dois pés para trás como se estivesse deslizando sobre a Terra. A canção era Billie Jean e, nesse momento, o cantor já era o novo fenômeno no show biz mundial.

O The New York Times escrevia à época: “Ele é um fenômeno. No mundo da música pop existe Michael Jackson e, bem atrás, os outros”. Já o que aconteceria após o estouro de Thriller com seu protagonista, todos sabem de cor.

MARCO BEZZI, marco.bezzi@grupoestado.com.br