quarta-feira, 8 de julho de 2009

Grunge, o movimento que dominou os 90's

Mais ou menos de dez em dez anos algum movimento musical se expande além dos limites sonoros, conquistando os mundos da moda e cinema, além de ditar o comportamento de milhões de jovens pelo mundo afora - foi assim com o beat nos anos 60, o punk nos 70, new wave nos 80. No início dos anos 90 chegou a vez do Grunge, movimento liderado por grupos como Soundgarden, Alice in Chains, Nirvana e Pearl Jam. O que eles tinham em comum? Todos vinham de uma fria e chuvosa cidade portuária dos EUA, movida a café e rock n'roll: Seattle.
Seattle sempre produziu grandes astros do rock. De lá saíram o lendário guitarrista Jimi Hendrix e o grupo Heart, do megahit "Barracuda", só para citar dois nomes. Mas foi só no fim dos anos 80 que a cidade produziu uma "cena", um movimento, com diversos grupos, chamou a atenção do mundo todo, vendendo dezenas de milhões de discos.
Bizarramente, muitos desses músicos tinham influências ecléticas, que iam de Bad Brains a Iron Maiden. Por isso é comum ler que a "cena de Seattle" e seu som, o Grunge Rock, é o "encontro do punk com o heavy metal".
Em questão de meses grupos "sujos" substituíam os roqueiros glam, com seu cabelo armado e roupas cintilantes, que dominaram os anos 80 (vide Poison, Warrant, Duran Duran e outros).


A origem do termo Grunge (variação de "grungy", sujo) é outro ponto muito discutido. Mark Arm, vocalista do Mudhoney, afirmou diversas vezes que pode ter sido o inventor da definição, pois a utilizou em um texto para um fanzine. Boa história para se ter no currículo, mas o crítico de rock Lester Bangs já usava o termo, nos anos 70.
E boas histórias não faltaram para essa época. Em 1992, o jornal "New York Times" resolveu pegar carona na nova moda. A intenção era publicar um dicionário que decifrasse o vocabulário peculiar daquele grupo de músicos. É claro que não havia uma linguagem paralela para o Grunge, mas uma funcionária da gravadora Sub Pop resolveu pregar uma peça no jornalista "traduzindo" o "grungês". O resultado - que incluía uma hilária definição de botas: chutadores - ficou conhecido como "The Great Grunge Hoax" (a grande armação grunge).



Com a popularização o movimento de Seattle pôde ser notado em todos os cantos. "Singles - Vida de Solteiro" (de Cameron Crowe, 1992) retratava, de forma romanceada, a vida e música de Seattle. Mais tarde veio o documentário definitivo, "Hype!" (de Doug Pray, lançado em 1996), que detalha cada aspecto da revolução que foi o Grunge. Sem contar a "moda grunge": calças rasgadas, botas estilo coturno e a infame camisa de flanela quadriculada, estilo lenhador (que se espalhou rapidamente até por países quentes, como o Brasil, onde era usada aberta, para refrescar um pouco mais [?]).
A influência musical do som de Seattle seguiu além dos anos 90. Grupos como Creed, Stone Temple Pilots e Silverchair se apoiaram nessa sonoridade agora já consagrada para subir nas paradas de sucesso.



Seattle, onde tudo começõu: No final dos anos 80 e início dos anos 90, Seattle, no estado de Washington, EUA, ficou conhecida como a cidade de origem de um dos mais importantes movimentos musicais da década, o grunge.
Muitos dos músicos envolvidos no "furacão" que passou pela cidade dizem que o tédio foi um dos fatores que levaram ao desenvolvimento das dezenas de bandas que de lá saíram. Mas Seattle é uma cidade comum, tipicamente americana - abriga a sede da Microsoft e o time de basquete Seattle Supersonics - mas continua com uma cena musical de fazer babar qualquer interessado por rock.
Claro que o fenômeno popularizado por grupos como Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e outros não passou despercebido pelos olhos das grandes corporações. Pensando nos milhares de turistas que vão a Seattle em busca de música, o co-fundador da Microsoft, Paul Allen, idealizou o Experience Music Project, um museu interativo sobre música.



Além de exposições permanentes (com salas dedicadas a Jimi Hendrix e ao "movimento grunge"), o local abriga shows de rock (em um espaço chamado Sky Church) e espaços interativos - onde computadores ensinam os visitantes a tocar guitarra, bateria, teclado, cantar e mixar músicas.
Em outro simulador, a pessoa pode ter a sensação de subir ao palco, em frente a centenas de fãs - uma experiência interessante, mas extremamente constrangedora.
O EMP abriga uma exposição permanente dedicada à vida do guitarrista Jimi Hendrix, o mais famoso músico a sair de Seattle (ou seria Kurt Cobain?).
Entre fotos, objetos pessoais e vídeos, uma peça que gera cobiça entre os colecionadores: uma guitarra Fender
Stratocaster, destruída por Hendrix durante um show, no dia 4 de junho de 1967, em Londres.

Por meio de um aparelho eletrônico, a história da vida do guitarrista é contada - e o visitante pode ver fotos e objetos relacionados a cada período.
Claro que o underground ainda respira forte em Seattle. Clubes como o Crocodile Cafe, Showbox, Sit N Spin abrigam semanalmente o melhor da música mundial - de Fatboy Slim a Strokes.
E as novas bandas da gravadora Sub Pop, que lançou praticamente todos os álbuns clássicos do grunge e pré-grunge, são figurinhas fáceis nos palcos da cidade.
"Há muitas pequenas bandas punk legais por aqui agora", diz Steve Turner, guitarrista do Mudhoney. Black Halos (que a gravadora Trama pode lançar por aqui em breve), Damon and Naomi (dois terços do Galaxie 500), Murder City Devils e Nebula, só para citar alguns, costumam tocar nesses estabelecimentos, que geralmente cobram um preço camarada na entrada (principalmente porque são bares, não casas de show).
Isso sem contar, claro, os veteranos que ainda aquecem a cena. Pequenos festivais reunindo Mudhoney, Fastbacks e outros são bem comuns na região.
Para quem faz o tipo "preciso ver tudo", Seattle abriga alguns pontos de visitação obrigatória. Diversos locais foram utilizados nas filmagens de "Singles - Vida de Solteiro", de Cameron Crowe, deliciosa e inofensiva comédia romântica que se passa em Seattle, no auge do grunge.
Soundgarden e Alice in Chains aparecem tocando nesse filme, e membros do Pearl Jam atuaram como coadjuvantes (eram da banda do personagem de Matt Dillon, a Citizen Dick, que tinha o "clássico" "Touch me I'm dick"). O site "Five Horizons", organizado por fãs do Pearl Jam, tem um ótimo guia, em inglês, com as principais referências grunge de Seattle.
Se o seu interesse é o Nirvana, não há muito o que fazer. A casa onde Kurt Cobain se matou foi vendida pela viúva Courtney Love (o anexo "Green House", onde o corpo foi encontrado, foi demolido) e não é muito simpático incomodar os novos moradores. Também não há um túmulo, já que o artista foi cremado. Resta torcer para cruzar com o baixista Krist Novoselic pelas ruas, o que não é impossível. Mas se prepare para o choque: ele está totalmente careca!
Pouco depois do fim do Nirvana, Novoselic fundou o Jampac (Comitê de artistas unidos, promoções musicais e ação política), organização sem fins lucrativos que defende a liberdade de expressão para os músicos e direito de escolha para os consumidores de música.
Entre os membros da comissão que lidera o grupo, estão Stone Gossard (do Pearl Jam), Dave Dederer (Presidents of the United States of America) e Art Alexakis (Everclear).
O Jampac atua fazendo lobby em casos que consideram importantes. Entre eles, a liberação do uso da maconha em tratamentos medicinais e a entrada livre de menores de 21 anos em shows de rock.
"Minha experiência foi a de confrontar o cinismo e a hostilidade, e meu desafio é o de defender nosso lento processo democrático, na época rápida e digital", disse Novoselic em um de seus discursos.
Mas o melhor de Seattle está em seus habitantes. No geral, quem mora lá tem pelo menos uma característica em comum com as pessoas de outro berço do rock, Liverpool, na Inglaterra: a simpatia. Afinal, em que outros locais do mundo você pode ver as pessoas sorrindo enquanto andam em um frio intenso, debaixo de chuva?

Esperar convite, insinuar ou convidar?

Por que, nos inícios dos relacionamentos amorosos, tememos revelar a nossa atração pelo parceiro e os programas que queremos fazer com ele? Muitas vezes tudo o que fazemos quando ficamos encantados com alguém é torcer para que ele tome este tipo de iniciativa e ficar “subindo pelas paredes” enquanto isso não acontece. Existem três tipos principais de causas para este tipo de inibição: (1) temer ser rejeitado (por exemplo, ter medo de que o parceiro rejeite um convite porque não está interessado amorosamente em quem o apresenta), (2) temer incomodar (por exemplo, ter medo de telefonar para o parceiro e ele atender de má vontade ou só dar alguma atenção por polidez) e (3) temer perder a importância (por exemplo, ter medo de piorar a imagem que o parceiro tinha devido à manifestação de interesse). Este tipo de temor é captado por expressões populares depreciativas do tipo: “Correr atrás”, “Entregar-se de bandeja”, “Dar uma de oferecido”.

Uma pesquisa publicada na década de 1980, realizada por Charlene Muehlenhard e Richard Macfall, dois pesquisadores americanos, dá uma idéia das dimensões da inibição para revelar o interesse pelo parceiro no início de um relacionamento amoroso. Estes pesquisadores perguntaram para 431 homens e 148 mulheres de um curso introdutório de psicologia (idade média de 19 anos) o que uma mulher interessada em sair com um rapaz deveria fazer caso ele não tomasse a iniciativa de convidá-la para isso. Estes pesquisadores ofereceram três alternativas de resposta para os participantes: esperar o convite, insinuar e convidar. As percentagens de escolhas, apresentadas pelos participantes, para cada uma destas três alternativas foram as seguintes:
o Respostas das mulheres: esperar que ele tome a iniciativa: 34,7%; insinuar: 69,2% e convidar: 2,7%
o Respostas dos homens: esperar que ele tome a iniciativa: 4,3%; insinuar: 62,7 e convidar: 26,5%.

Estes resultados mostram que os homens gostariam que as mulheres fossem mais explícitas e ativas nas manifestações dos seus interesses amorosos. No entanto, um estudo que realizei indicou que quando uma mulher é mais explícita do que o usual quem recebe a iniciativa geralmente pensa que ela é fácil para sexo e encaminha o relacionamento para esta finalidade.

As vantagens de ser eficaz e indireto
Admiro as pessoas que são eficazes para manifestar seus interesses amorosos sem ser explícitas demais. Esta forma de agir deixa espaço para que ambos os parceiros manifestem sutilmente o que querem do outro sem criar uma situação desagradável em que um deles expõe claramente o que se passa com ele e o outro fica pressionado a se declarar também. Esta forma explícita de agir pode deixar marcas difíceis de serem apagadas quando acontece uma rejeição.

Dois pesos e duas medidas
O que complica ainda mais esta questão das revelações do interesse amoroso é que a avaliação do quanto está sendo revelado é bastante subjetiva. Por exemplo: as pessoas que temem a revelação geralmente apresentam uma distorção da percepção do quanto estão revelando. Uma pesquisa que realizei mostrou isto claramente: os tímidos geralmente superestimam aquilo que estão revelando e subestimam as revelações que estão recebendo dos seus possíveis parceiros amorosos. Pedi, nesta pesquisa, para dois grupos equivalentes de tímidos avaliarem quinze tipos de convites. A tarefa era estimar quanto cada um destes convites podia ser interpretado como manifestação de amizade ou como interesse amoroso. Os tímidos de um dos dois grupos deveriam imaginar que estavam apresentando os convite e os tímidos do outro grupo, que estavam recendo os convites de uma pessoa pela qual sentiam muito interesse amoroso. Eles deveriam utilizar uma escala, como a do exemplo abaixo, para avaliar quanto cada convite era amistoso ou amoroso:

O resultado mais interessante desta pesquisa é a constatação de que os tímidos percebem um grau muito maior de revelação de interesse amoroso quando apresentam os convites do que quando os recebem. Por exemplo, quando imaginavam que estavam recebendo um convite para tomar um café durante o intervalo de uma aula, acreditavam que este era um convite quase que totalmente amistoso. Quando eles imaginam que estavam apresentando o mesmo convite, acreditavam que estavam mostrando um alto grau de interesse amoroso. (Se você é tímido pense nisso: você pode estar mostrando muito menos interesse amoroso do que imagina que está!)

O que é moderadamente difícil é mais valorizado
Quase todo mundo já assistiu um daqueles filmes americanos que mostram que as moças daquele país evitam aceitar um convite de última hora para sair com um pretendente. Por exemplo, uma mulher prefere recusar um convite para sair no mesmo dia, mesmo quando desejaria muito sair com quem a está convidando. Este tipo de convite é interpretado como uma espécie de “tapa buraco” ou “quebra galhos”, que é apresentado por aqueles que ficaram sem programa na última hora. Quem aceita este tipo de convite passa um atestado de que está disponível, de que não tem outro programa, de que está “jogada às traças”, que “está à gritos” e que é muito mal cotada no mercado amoroso.

Tudo o que é difícil demais é interpretado como rejeição
Na outra ponta da facilidade extrema está a dificuldade extrema. Na área amorosa um grau muito grande de dificuldade para obter sinais de interesse por parte do parceiro é vista como rejeição. Isto acontece, por exemplo, quando o outro já recusou vários convites para sair. Mesmo quando ele apresenta desculpas para as suas recusas, mas elas não são muito convincentes, isto indica que ele não quer um relacionamento amoroso com quem o está convidando. Quem realmente gostaria de aceitar um convite, mas tem motivos sérios que o obrigam a recusá-lo e não quer passar a mensagem de rejeição, deve mencionar o motivo explícito da recusa e apresentar uma contra-proposta. Por exemplo, deve dizer algo do tipo “Hoje não posso sair porque vou viajar para o Rio para visitar um cliente. Que tal na sexta feira?”

Motivos reais para “não parecer fácil”
Existem evidências de que o medo de revelar muito interesse no início de um relacionamento amoroso não é descabido. Por exemplo, a teoria do apaixonamento de Stendhal afirma que no início de um relacionamento amoroso uma certa dose de insegurança sobre o interesse do parceiro funcional como uma espécie de “catalisador do amor” para quem está inseguro ajuda a provocar o apaixonamento. Outro exemplo: uma pesquisa indicou que as pessoas valorizam mais os parceiros quando têm que lutar um pouco por eles. Neste estudo uma pessoa foi instruída a apresentar para os seus pretendentes todas as combinações possíveis entre ser fácil e ser difícil em dois momentos: no início e depois de algum tempo de relacionamento. Aqueles parceiros que se relacionaram com esta pessoa a valorizavam mais quando ela mostrava uma certa dificuldade no início e depois ficava mais fácil, em comparação às ocasiões em que ela se mostrava sempre fácil, quando se mostrava fácil no início e depois difícil e quando se mostrava sempre difícil.
Este estudo mostrou também que as pessoas que são seletivamente fáceis (“Só é fácil para mim”) também são valorizadas. Por exemplo: o sexo no primeiro encontro é valioso quando representa uma exceção: anteriormente a pessoa com quem você saiu só aceitou sexo mais tarde, quando havia um bom grau de envolvimento afetivo e algum compromisso!

Você está sendo muito fácil ou muito difícil para mostrar interesse amoroso? Pense nisso!