sábado, 20 de junho de 2009

O último mito do Rock

Um gênio atormentado e um viciado que não consegue suportar a pressão. As faces se encontram diante do espelho e percebem que o rosto é o mesmo. A vida não faz mais sentido. Ele já fez o que devia e já não acredita mais naquilo. É melhor queimar de uma vez do que desaparecer aos poucos. Essa última frase é de Neil Young, que a imortalizou nos versos de Hey, Hey, My, My. Mas foi na carta de suicídio de Kurt Cobain que ela fez mais sentido.

Há 15 anos morria o último mito do rock. O líder do Nirvana, a banda que com um disco mudou a música para sempre, preferiu uma bala na cabeça aos 27 anos do que a ilusão de viver sem mais ter convicção sobre o que estava fazendo. Kurt Donald Cobain nasceu em fevereiro de 1967 no Estado americano de Washington. Foi em Seattle que ganhou a dimensão que nunca buscou, mas teve a partir do momento que mostrou seu trabalho ao mundo. O vocalista, guitarrista e compositor é o responsável por uma das obras-primas da música, o divisor de águas Nevermind, de 1991.

Depois desse disco o underground passou a ganhar atenção e a maneira como o rock era visto mudou. Drogado, impulsivo, avesso a regras, Cobain não foi o que se chama de um bom exemplo. Mesmo assim, deixou um legado tão grande quanto poderia imaginar quando tocou os primeiro acordes de Smells Like Teen Spirit à guitarra. Elevado à condição de ídolo maior, de gênio, salvador, não resistiu muito tempo – ou não quis resistir.

Até hoje ainda há fãs que não acreditam que o que ocorreu naquele 5 de abril de 1994 tenha sido suicídio. As suspeitas recaem sobre a viúva, Courtney Love. Considerada por muitos uma espécie de “Yono Ono do grunge”, a cantora é apontada, entre outras coisas, como a responsável pelo recrudescimento do consumo de drogas ingeridas por Kurt, pelo distanciamento dele com os amigos e, logicamente, também pelo fim da banda.

Anos antes de morrer, Kurt definiu seu início e fim, sua vida e obra, em uma frase: “Punk é liberdade musical. É dizer, fazer e tocar o que você quer. E nirvana significa liberdade do sofrimento, da dor e do mundo exterior”. O jovem músico, que dizia se entupir de heroína para mascarar as dores crônicas de estômago que o faziam cuspir sangue no palco, buscava o nirvana. O Magazine traz um pouco da conturbada existência de Kurt Cobain para explicar o mito. Depois dele, não surgiu outro assim.

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