terça-feira, 16 de março de 2010

Glauco: um ícone de uma era

É muito difícil ter que escrever sobre a morte de alguém que a gente admira. Ainda mais quando o cara morre de um jeito tão estúpido e brutal. O Glauco, junto aos comparsas Laerte e Angeli (com quem dividia as tiras dos Los 3 Amigos), ajudou a (de)formar a minha personalidade e a de toda uma geração de leitores e cartunistas.

O humor escroto e o traço anárquico de Glauco deixaram marcas permanentes em quem foi exposto ao trabalho do cara na idade certa. Personagens como Geraldão, Doy Jorge, Dona Marta e o Casal Neuras serviram para dar uma bela entortada nas ideias de muita gente.

A importância do cara para os quadrinhos brasileiros é imensa. O cartunista foi um dos responsáveis pela mudança de rumo do humor gráfico brasileiro no período pós-ditadura militar. Deixando de lado a crítica política para focar em situações comportamentais, ele acabou influenciando o trabalho de trocentos cartunistas.

Entre a segunda metade dos anos 80 e o começo dos 90, durante o boom dos quadrinhos underground brasileiros, Glauco publicou mais de 40 edições da revista Geraldão, pela lendária Circo Editorial (que também lançou Chiclete com Banana e Circo).

Glauco também trabalhou como roteirista da TV Pirata e TV Colosso, da Rede Globo. Nos últimos anos, o cartunista publicava suas tirinhas na Folha de S. Paulo.



O jornalista Gabriel Rocha é fã de HQs desde antes de saber ler. Aqui ele mostra novidades, analisa os principais lançamentos e revisita clássicos da nona arte.

E-mail de contato: gabriel.rocha@rbsonline.com.br

Twitter: http://twitter.com/Quadriteca

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