segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia Mundial do Rock: O Show dos Cartazes


Um espetáculo de rock pode começar bem antes da banda subir no palco. Desde a década de 1960, os cartazes de shows são uma forma de arte por si só, um festim visual que precede a música. A tradição continua viva, com dezenas de artistas que se dedicam a produzir cartazes arrebatadores para bandas do estilo que é comemorado nesta segnda, em todo o mundo.

Um dos primeiros expoentes desse filão foi o canadense Bob Masse. Durante a efervescência do rock psicodélico, Bob fez cartazes para Jimi Hendrix, The Doors, Grateful Dead e Jefferson Airplane. Os traços de Bob espelhavam todo o clima lisérgico das bandas do período. E, diferentemente dos artistas para quem trabalhava, Bob continua na ativa, com clientes como Smashing Pumpkins, U2 e Neil Young.

Nos Estados Unidos e Europa, bandas milionários não se importam de pagar milhares de dólares para um cartaz memorável. Os principais artistas do mercado são Emek, Mike Klay, Rex Ray, Jermaine Rogers e James Rheem Davis. Seus cartazes são colecionados por fãs de música e até ganham espaço em galerias de arte. Algumas dessas obras valem mais do que guitarras raras da Gibson e Fender.

No Brasil, o mercado de cartazes ainda é amador. A moeda corrente entre artistas e banda é amizade. O ilustrador joinvilense Diogo Cesar faz cartazes para seu próprio grupo, o Fogazza, e para as bandas dos amigos.

— Os artistas fazem com gosto porque têm bastante liberdade. É diferente do trabalho comercial, em que os clientes opinam bastante. Em um cartaz de rock dá para se soltar — diz.

Diogo está fazendo agora um cartaz para a banda Alva, de Joinville.

— O importante é curtirmos o som da banda. Quase sempre, o desenhista trabalha para quem gosta de ouvir — informa Diogo.

Outro ilustrador joinvilense entusiasta dos cartazes de rock é Márcio Dall'Acqua. O vocalista e guitarrista da banda Vacine transforma o material de divulgação de seu grupo em obras de arte.

— Minha principal influência é o universo das pin ups da década de 1950 — diz Márcio, sobre as mulheres voluptuosas que estrelam seus cartazes.

Para Diogo Cesar, a arte dos cartazes está passando por um renascimento.

— Acho que está voltando com força. As bandas estão se tocando que dá para transformar propaganda em arte — assinala Diogo.

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