sexta-feira, 3 de outubro de 2008

100 ANOS DA MORTE DO BRUXO DO COSME VELHO


Durante todo este ano será comemorado o centenário da morte do escritor considerado o maior expoente da literatura nacional, Machado de Assis. Decretado e assinado oficialmente pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva e pelo ministro da cultura Gilberto Gil, o ano de 2008 será marcado como o Ano Nacional Machado de Assis.
Joaquim Maria de Machado de Assis era jornalista, romancista, teatrólogo, cronista, contista e poeta. Nascido em 1839, no Rio de Janeiro, filho de um operário e uma dona de casa. Foi criado no morro do Livramento (RJ). Perdeu a mãe muito cedo e não tendo condições de estudar regularmente, foi um autodidata. Com 15 anos publicou sua primeira obra literária, o soneto “Á Ilma.Sra. D.P.J.A”, no Periódico dos Pobres, em 3 de outubro de 1854.
Conheceu Manuel Antônio de Almeida em 1856 quando entrou para a Imprensa Nacional como aprendiz de tipógrafo. Em 1858 tornou-se revisor e colaborador no Correio Mercantil, e em 60, passou a pertencer à redação do Diário do Rio de Janeiro. Escrevia freqüentemente para a revista O Espelho, estreando como crítico teatral, e também para a revista Semana Ilustrada e para o Jornal das Famílias.
O primeiro livro publicado por Machado de Assis foi a tradução de “Quedas que as mulheres têm para os tolos” (1861). Ele faleceu em 29 de setembro de 1908, morando ainda no Rio de Janeiro.
O escritor ocupa a cadeira de número 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), ficou no cargo da presidência por mais de dez anos, sendo o primeiro presidente. Entre as mais de 50 conhecidas obras do escritor, publicadas, traduzidas, escritas sob pseudônimos e digitalizadas, pode-se destacar os romances - Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, entre outras obras.
Em comemoração ao Ano Nacional Machado de Assis estão previstas diversas atividades com exposições, participação na Bienal do Livro de São Paulo, conferências, lançamento de várias publicações, digitalização de suas obras além da homenagem feita pela TV Globo estreando a minissérie Capitu, baseada em “Dom Casmurro”.
Muitas editoras se prepararam com lançamentos ou relançamentos, do escritor, de obras conhecidas e também de poesias, teatros, almanaques e teses que poucos conhecem. Alguns dos títulos serão, como por exemplo, Toda Poesia de Machado de Assis que reúne centenas de poemas do escritor que foram originalmente publicados em jornais e revistas, e Almanaque Machado de Assis - Vida, Obra, Curiosidades e Bruxarias Literárias escrito e organizado por Luiz Antônio Aguiar, que se trata de um guia para iniciados ou iniciantes no universo machadiano.
Outro produto de destaque já lançado é um livro/CD com o título de Sonata do Absoluto: Trios para Borges, Poe e Machado que reúne o conto Trio Em Lá Menor, de Machado de Assis; O Milagre Secreto, de Jorge Luís Borges, e o poema O Corvo, de Edgar Alan Poe. A idéia do compositor erudito Eduardo Seincman, o organizador da obra, é apresentar interpretações musicais para os textos desses autores.
No mês de abril treze autores criaram uma versão de contos machadianos, intitulada Recontando Machado de Assis como, Uns Braços, O Caso da Vara e Um Homem Célebre. Entre os autores convidados estão Alberto Mussa, Cláudia Lage e Heloísa Seixas.
Não é a toa que a leitura das obras desse lendário escritor é obrigatória nas escolas e para vestibulandos. Todos são capazes de reconhecer a importância dessa cultura, não importa a época. Um autor reconhecido e homenageado especificamente em âmbito nacional em 2008, é de grande repercussão internacional todos os anos em vários países.
O centenário da morte de Machado de Assis evidencia sua contribuição para a literatura brasileira através de suas obras que permanecem atuais mesmo depois de 100 anos, valorizando a língua portuguesa e ressaltando a importância da escrita.
Escrito por: Aline Kolbe alinekolbe.jornalista@gmail.com
Aline Gimenes (colaborou)

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