domingo, 31 de agosto de 2008

AINDA O CASO DA TORTA


Nunca é demais tratar-se de assuntos ligados aos interesses da coletividade, mormente aqueles que dizem respeito ao setor de alimentação, no caso a nossa pecuária leiteira. Essa matéria jamais deixou de ocupar espaço nos jornais da terra abordando problemas que já se eternizaram relacionados com a alimentação do gado de estábulo que fornece o leite, um dos principais alimentos do povo.
Referimo-nos ainda ao caso da torta de algodão, quanto à sua qualidade em teor protéico. O deputado Fausto Arruda, da bancada do MDB na Assembléia Legislativa, denunciou, da tribuna daquela Casa, o crime que está sendo perpetuado contra a pecuária cearense. Os prejuízos decorrentes de tal cometimento são bivalentes em toda a extensão. Por um lado, como observou o deputado fausto Arruda, tira o ânimo e incentivo do pecuarista para manter vacarias em tais circunstâncias, levando-se em conta o aumento da ração em virtude do baixo teor de proteínas, aumentando, conseqüentemente, o consumo em volume e a despesa: por outro, esta alimentação ministrada ao gado não pode fornecer um leite com todos os nutrientes desejados e próprios do produto, tendo em vista a qualificação dada pelo Deputado denunciante de que se trata de adubo com solvente.
Leite é o alimento apropriado para crianças e velhos, cujos organismos, dadas as faixas etárias de ambos, são por demais delicados e, por esta razão, faz-se necessário um alimento de boa qualidade, sem se falar da saúde do próprio animal com este tipo de torta.
Não faz muito, a imprensa veiculou notícia sobre poluição do leite comercializado em Fortaleza, especificando até os tipos de ingredientes adicionados ao produto. O pior é que as irregularidades são apresentadas, vêm as “explicações “, porém, os responsáveis pela coisa ficam por baixo do pano preparando-se para outras investidas na busca de maiores lucros em detrimento da saúde daqueles que consomem a sua mercadoria.
Espera-se que os setores competentes do Governo adotem medidas para coibir tais abusos, que há muito se tornaram rotina.
CORREIO DO CEARÁ – 29/08/1977

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